Poder
Acabei de assistir ao filme “A Rainha”. Estou impressionado. Aprendi várias coisas. Primeiro é que aqueles que desejam chegar no poder o querem de qualquer maneira. Querem estar por cima da multidão. Querem mandar a qualquer custo, mesmo que seja enforcando seus próprios sentimentos.
A aclamação dada pela população à Princesa Daiana mostrou que é preferível gostarmos do que querermos "ficar nessa" de "mandar". Quem entra na onda de querer mandar está apenas “subindo na caixa de fósforo”; está se colocando acima dos outros, quando na verdade devemos está no nosso lugar.
Cada um tem que conquistar o seu lugar. Este é o “poder” a que devemos nos referenciar. É a este poder, isto é, o lugar de cada um, que devemos ir atrás. Ficar por cima dos outros, ser melhor, hum....isso não nos traz vantagem. Ao contrário, só nos prejudica. Ficar por baixo também, assujeitado pelos outros, também é algo que deve ser pensado.
A disputa em torno do poder, de ficar acima ou se sentindo melhor do que os outros é a disputa criada no imaginário, que só remete à energia gasta. Perde-se com isso. Querer, invencivelmente superar as pessoas, tratando-as por cima, sem ter a humildade, é tratará-las de maneira inapropriada. Humildade, no entanto, não é se sentir igual. O senso de igualdade, criado em torno da democracia, ou do ideal de “povão”, que converte todo o culto em popular não é apropriado.
Não podemos se deixar levar pela igualdade boba. Mas não podemos esquecer nossas diferenças. A diferença existe em cada um. Cada filho, pertencente à herança familiar, tem sua diferença marcada. Ser igual é desprezar o que mais interessa. É ser bobo. É beber no bar e levantar a taça, fingindo que aquele momento é eterno. Não é. Trata-se apenas de um momento de suspensão do ódio; a bobagem transformada em Irmandade, é convertida apenas no imaginário de que ninguém quer superar ninguém. Ou seja: esquece-se o ódio, apenas para florescer o ideal de igualdade, disfarçado sob a forma de “amigos”. A maldição da sociedade brasileira é acreditar nessa crença, ampliando nos holofotes do mundo, de que somos um povo unido. Dá vontade de rir disso. Somos um povo, que sem “voz”, nos sobrou o coração. Como a miséria foi instituída na infância, sob forma de caridade, cabe ao povo pobre apenas temer crescer. Cabe ao povo pobre apenas submeter-se à alegria, pois a construção, enredada pela seriedade e força, é perdida.
A ideia é: temos que ser iguais. Assim é no funcionalismo público, assim é na Igreja. No mercado, que vive muito mais do Demônio, a crença é no ganhar. A crença é no vender. A crença é no correr atrás. Lá a vida é de outra natureza: natureza humana verdadeira!