SERÁ QUE VALE A PENA?
Venho, através deste espaço (e olha que já se vão quase oito anos) contando causos, fazendo reflexões, minimizando cotidianos, expressando saudades e tristezas, revelando algumas paixões, declarando o meu amor à educação; enfim, venho exaustivamente, ao longo deste tempo de vida, tentando equilibrar as emoções – às quais sou suscetível – às razões que a minha consciência determina como parâmetro para minhas ações; minhas críticas ao conjunto de atenuantes que me obrigam a aceitar as inverdades que me são impostas pela individualidade podre da sociedade, mas que, ao mesmo tempo, me separam da hipocrisia e da arrogância generalizada dos que não ouvem – só agridem – e não respeitam a opinião do próximo.
É claro que, por ser longo o período em que essas coisas acontecem, não posso dizer que às vezes eu não me sinta cansado diante de tudo, com vontade de parar para pensar em nada e, com isso, me recolher em algum canto perdido e de lá só sair para tomar banho da impassibilidade, não me importando se a casa cairá ou deixará de cair.
É dose, sabia? Você liga a TV e a melhor notícia do dia é que prenderam um traficante que controlava o morro tal, que já tinha mandado matar tanto e que vivia cercado de mordomias e tal. Matéria de 15 minutos. Na volta, mais quinze minutos falando sobre um desvio de verbas federais e o desbaratamento de uma quadrilha que agia em quase todos os estados brasileiros, com pessoas do alto escalão envolvidas no tráfico de influências. Bem, até pode ser considerada uma notícia boa, pois a polícia está agindo e botando na cadeia quem, antes, se imaginava acima da lei. Aí vem um outro caso tão falado nos meios de comunicação: se por um lado a polícia prende, por outro lado a justiça manda soltar. A justificativa é sempre a mesma dos advogados dos “inocentes”: a prisão foi feita de forma ilegal e que vídeos, escutas telefônicas e testemunhas não são provas legais no processo. Bem, como sou leigo no assunto, fico na minha.
Eu sei que desde que o mundo é mundo que isso acontece. Eu sei disso. Mas, nos últimos tempos o que nós estamos assistindo é uma guerra declarada entre os poderes constituídos e aqueles que, diante do marasmo e, por que não dizer, ineficácia do estado, foram se fortalecendo e, hoje, estão atuando em todos os segmentos – desses poderes constituídos – e, com isso, tornando essas estruturas pilares podres nos quais, em se pondo a mão, eles desmancham devido à sânie em que eles estão assentados.
Estamos assistindo, já nos seus momentos finais, o tal do Mensalão. Você olha e não acredita que os homens mais influentes do país, aqueles que foram eleitos para defenderem a sociedade e, consequentemente, os seus cidadãos; aqueles que ocupam os cargos que representam, com o simples ato de uma assinatura no papel, o futuro de uma nação, esses cidadãos sejam, justamente, aqueles que armam esquemas, desviam milhões, subornam, corrompem e enganam exatamente esta nação, com um simples propósito de se perpetuarem no poder e, com isso, usufruírem das benesses do erário público e do poder que ele outorga a quem dele se aproxima com maquiavelismo e com o claro intuito de que os fins justificam os meios.
Aí você vê todo este contexto e a esperança de que isso tudo mude vai desvanecendo – juntamente com o passar dos seus anos – e você percebe que a sua luta continua em vão, que seus esforços para mudar alguma coisa esbarram no político corrupto e sem escrúpulo – que enriquece desviando milhões do orçamento do seu município – que deixa de olhar a escola que está caindo aos pedaços e que, com o mínimo do mínimo que ele embolsou, ela poderia ser restaurada e lá, verdadeiramente, formar cidadãos plenos.
Assim, você se enterra de vergonha, pois se sente impotente e não sabe como lutar. Ver você vê, mas provar é outra coisa. Aliás, essa coisa de provar é difícil mesmo. Que o diga um certo deputado que faz anos o mundo inteiro vive atrás dele e até hoje não conseguiram botá-lo na cadeia e recuperar mais de um bilhão que ele subtraiu dos cofres públicos.
Aliás, a comissão dos 15% é uma prática tão comum que já nem se fala mais como sendo desvio de dinheiro público, mas, sim, como “ética do mercado”. Agora, ah se fossem apenas 15%. O problema é que são 15% vezes várias vezes, pois segundo uma matéria que li, o sujeito contrata uma empresa, ela diz quanto é o serviço, o cara concorda, mas acerta os quinze por cento. Porém, o bom vem depois: na hora de fechar a conta, ele telefona para a empresa e diz que devido estar passando por um momento em que o orçamento ainda não foi aprovado e ele estar precisando urgentemente de dinheiro – e não vai ter esse dinheiro em tempo hábil a não ser através do que ele pagar pelo serviço contratado junto àquela empresa – que ele vai colocar um valor três ou quatro vezes maior e, na hora em que for pago à empresa, a diferença, entre o acertado (menos os 15%) e o valor total do cheque, será devolvida, em dinheiro, para o contratante.
Isto sem falar no problema alarmante da violência, em que a vida parece não valer mais nada. Vale. Vale apenas um acerto de contas. E o que dizer da pirataria que gera um mercado bilionário e com isso financia o tráfico e o crime organizado? Dos arrastões, assaltos, dos donos das ruas e, especialmente, da geração de mortos-vivos (que Deus me perdoe!) das drogas, especificamente, daqueles que consomem o crack?
Cansa, como disse no início. O futuro disso tudo? Uma úlcera, pressão alta, diabetes e, se tiver sorte, apenas um câncer de próstata. Mas, como sou teimoso, ainda vou um pouco mais adiante... Só para ver!
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Venho, através deste espaço (e olha que já se vão quase oito anos) contando causos, fazendo reflexões, minimizando cotidianos, expressando saudades e tristezas, revelando algumas paixões, declarando o meu amor à educação; enfim, venho exaustivamente, ao longo deste tempo de vida, tentando equilibrar as emoções – às quais sou suscetível – às razões que a minha consciência determina como parâmetro para minhas ações; minhas críticas ao conjunto de atenuantes que me obrigam a aceitar as inverdades que me são impostas pela individualidade podre da sociedade, mas que, ao mesmo tempo, me separam da hipocrisia e da arrogância generalizada dos que não ouvem – só agridem – e não respeitam a opinião do próximo.
É claro que, por ser longo o período em que essas coisas acontecem, não posso dizer que às vezes eu não me sinta cansado diante de tudo, com vontade de parar para pensar em nada e, com isso, me recolher em algum canto perdido e de lá só sair para tomar banho da impassibilidade, não me importando se a casa cairá ou deixará de cair.
É dose, sabia? Você liga a TV e a melhor notícia do dia é que prenderam um traficante que controlava o morro tal, que já tinha mandado matar tanto e que vivia cercado de mordomias e tal. Matéria de 15 minutos. Na volta, mais quinze minutos falando sobre um desvio de verbas federais e o desbaratamento de uma quadrilha que agia em quase todos os estados brasileiros, com pessoas do alto escalão envolvidas no tráfico de influências. Bem, até pode ser considerada uma notícia boa, pois a polícia está agindo e botando na cadeia quem, antes, se imaginava acima da lei. Aí vem um outro caso tão falado nos meios de comunicação: se por um lado a polícia prende, por outro lado a justiça manda soltar. A justificativa é sempre a mesma dos advogados dos “inocentes”: a prisão foi feita de forma ilegal e que vídeos, escutas telefônicas e testemunhas não são provas legais no processo. Bem, como sou leigo no assunto, fico na minha.
Eu sei que desde que o mundo é mundo que isso acontece. Eu sei disso. Mas, nos últimos tempos o que nós estamos assistindo é uma guerra declarada entre os poderes constituídos e aqueles que, diante do marasmo e, por que não dizer, ineficácia do estado, foram se fortalecendo e, hoje, estão atuando em todos os segmentos – desses poderes constituídos – e, com isso, tornando essas estruturas pilares podres nos quais, em se pondo a mão, eles desmancham devido à sânie em que eles estão assentados.
Estamos assistindo, já nos seus momentos finais, o tal do Mensalão. Você olha e não acredita que os homens mais influentes do país, aqueles que foram eleitos para defenderem a sociedade e, consequentemente, os seus cidadãos; aqueles que ocupam os cargos que representam, com o simples ato de uma assinatura no papel, o futuro de uma nação, esses cidadãos sejam, justamente, aqueles que armam esquemas, desviam milhões, subornam, corrompem e enganam exatamente esta nação, com um simples propósito de se perpetuarem no poder e, com isso, usufruírem das benesses do erário público e do poder que ele outorga a quem dele se aproxima com maquiavelismo e com o claro intuito de que os fins justificam os meios.
Aí você vê todo este contexto e a esperança de que isso tudo mude vai desvanecendo – juntamente com o passar dos seus anos – e você percebe que a sua luta continua em vão, que seus esforços para mudar alguma coisa esbarram no político corrupto e sem escrúpulo – que enriquece desviando milhões do orçamento do seu município – que deixa de olhar a escola que está caindo aos pedaços e que, com o mínimo do mínimo que ele embolsou, ela poderia ser restaurada e lá, verdadeiramente, formar cidadãos plenos.
Assim, você se enterra de vergonha, pois se sente impotente e não sabe como lutar. Ver você vê, mas provar é outra coisa. Aliás, essa coisa de provar é difícil mesmo. Que o diga um certo deputado que faz anos o mundo inteiro vive atrás dele e até hoje não conseguiram botá-lo na cadeia e recuperar mais de um bilhão que ele subtraiu dos cofres públicos.
Aliás, a comissão dos 15% é uma prática tão comum que já nem se fala mais como sendo desvio de dinheiro público, mas, sim, como “ética do mercado”. Agora, ah se fossem apenas 15%. O problema é que são 15% vezes várias vezes, pois segundo uma matéria que li, o sujeito contrata uma empresa, ela diz quanto é o serviço, o cara concorda, mas acerta os quinze por cento. Porém, o bom vem depois: na hora de fechar a conta, ele telefona para a empresa e diz que devido estar passando por um momento em que o orçamento ainda não foi aprovado e ele estar precisando urgentemente de dinheiro – e não vai ter esse dinheiro em tempo hábil a não ser através do que ele pagar pelo serviço contratado junto àquela empresa – que ele vai colocar um valor três ou quatro vezes maior e, na hora em que for pago à empresa, a diferença, entre o acertado (menos os 15%) e o valor total do cheque, será devolvida, em dinheiro, para o contratante.
Isto sem falar no problema alarmante da violência, em que a vida parece não valer mais nada. Vale. Vale apenas um acerto de contas. E o que dizer da pirataria que gera um mercado bilionário e com isso financia o tráfico e o crime organizado? Dos arrastões, assaltos, dos donos das ruas e, especialmente, da geração de mortos-vivos (que Deus me perdoe!) das drogas, especificamente, daqueles que consomem o crack?
Cansa, como disse no início. O futuro disso tudo? Uma úlcera, pressão alta, diabetes e, se tiver sorte, apenas um câncer de próstata. Mas, como sou teimoso, ainda vou um pouco mais adiante... Só para ver!
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