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O LIVRO DO ANO
“Não ficar de joelhos
Que não é racional renunciar a ser livre
Mesmo os escravos por vocação
Devem ser obrigados a ser livres
Quando as algemas forem quebradas”
(Carlos Marighella, in “Rondó da Liberdade”)
Que não é racional renunciar a ser livre
Mesmo os escravos por vocação
Devem ser obrigados a ser livres
Quando as algemas forem quebradas”
(Carlos Marighella, in “Rondó da Liberdade”)
Por mim, já decidi: o livro deste ano de tantas edições, no Brasil, intitula-se “Marighella: o guerrilheiro que incendiou o mundo”, do jornalista Mário Magalhães (foto, de óculos). Em suas 732 páginas, o camarada fez, lá, uma obra supimpa, que deve ser alardeada aos quatros ventos, em particular por quem gosta de cavar informações sobre os nossos infelizes “anos de chumbo”.
Se tivesse ido à livraria – a Feira do Livro –, onde o autor deu autógrafo, em uma tardinha ocorrida ao longo dos dias da X Bienal Internacional do Livro do Ceará, nos meados de novembro, ter-lhe-ia apertado os ossos da mão e dado ao gajo o meu voto de parabém.
Na X Bienal, antes mesmo do autógrafo, comprei o livro um dia após ele ter caído, de costados, aqui, na Terra do Sol. Pelo número alentado de páginas, precinho quase salgado para o bolso dos muito usurários, mas vale a pena comprá-lo pela magnitude, nobreza no estilo da narrativa e bastante cabedal na seara das informações contidas, inclusive com farto material iconográfico.
Aqui, nesta crônica chinfrim, de eterno amador, não estamos a fazer uma resenha formal do excelente livro. E nem vamos fazê-la, por total falta de tempo do escriba marruá, além da real incapacidade deste um para a realização da empreitada de uma súmula séria e completa, dentro dos conformes dos sabichões que se dedicam às resenhas de obras literárias.
Quero só fixar bem que a obra biográfica do revolucionário soteropolitano, revolucionário com foros de universalidade – Carlos Marighella (1911-1969) –, é o que de melhor ocorre no campo editorial brasileiro, nos últimos tempos. Anda-se cheio das porcarias importadas, traduções porres que viram best-sellers à custa da ingenuidade de muitos pacóvios ledores, ou supostamente leitores, intelectuais da panaceia da autoajuda.
Para o lançamento de “Marighella: o guerrilheiro que incendiou o mundo”, o autor veio cá e, além da livraria onde deu autógrafo, desfilou pela imprensa. E, óbvio, deu o ar da graça na X Bienal. Eu o vi, com o bonde em andamento, em duas entrevistas em canais locais de televisão. Pena que perdi ambas, em sua integridade, mormente a entrevista na TV O Povo, na qual o Mário Magalhães era sabatinado por vários jornalistas de escol, aqui, da terrinha alencarina.
Consoante o próprio título, claro, a obra que, somente agora, inicio a leitura tem como figura central o militante da esquerda política, no Brasil, Carlos Marighella. Baiano, formado engenheiro civil, poeta de larga inspiração, antes de tudo, um revolucionário e mártir do infelicitado regime que o matou, covardemente, quando ele se encontrava desarmado. Indico tal leitura, aos amigos, com muito gosto. Ficaria eternamente agradecido, se, ao contrário, alguém mo estivesse indicado.
Marighela foi deputado federal (cassado e, antes e depois, caçado como um cão hidrófobo). Dirigente do histórico e glorioso Partido Comunista Brasileiro (PCB) e, numa dissidência, quando, no arroubo da luta armada, fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN).
Com o seu “Minimanual do guerrilheiro urbano”, traduzido para diversos idiomas, arrebanhou a simpatia até do existencialista francês Jean-Paul Sartre (1905-1980). Combatente desde a ditadura Vargas, pela coragem pessoal de que era possuidor e pelos sobrados conhecimentos teóricos do marxismo-leninismo, chegou a ser visto, inclusive pela famigerada CIA, como o sucessor natural de Ernesto Che Guevara (1928-1967), na América Latina.
Mais não conto, senão já estaria contando todo o livro de Mário Magalhães, que é, sem dúvida, o maior e melhor arsenal da vida do “guerrilheiro urbano” que, na noite de 04 de novembro de 1969, foi morto em uma emboscada, no centro de São Paulo, pelos esbirros de um contumaz assassino, o delegado Sérgio Paranhos Fleury, de funesta memória.
Se tivesse ido à livraria – a Feira do Livro –, onde o autor deu autógrafo, em uma tardinha ocorrida ao longo dos dias da X Bienal Internacional do Livro do Ceará, nos meados de novembro, ter-lhe-ia apertado os ossos da mão e dado ao gajo o meu voto de parabém.
Na X Bienal, antes mesmo do autógrafo, comprei o livro um dia após ele ter caído, de costados, aqui, na Terra do Sol. Pelo número alentado de páginas, precinho quase salgado para o bolso dos muito usurários, mas vale a pena comprá-lo pela magnitude, nobreza no estilo da narrativa e bastante cabedal na seara das informações contidas, inclusive com farto material iconográfico.
Aqui, nesta crônica chinfrim, de eterno amador, não estamos a fazer uma resenha formal do excelente livro. E nem vamos fazê-la, por total falta de tempo do escriba marruá, além da real incapacidade deste um para a realização da empreitada de uma súmula séria e completa, dentro dos conformes dos sabichões que se dedicam às resenhas de obras literárias.
Quero só fixar bem que a obra biográfica do revolucionário soteropolitano, revolucionário com foros de universalidade – Carlos Marighella (1911-1969) –, é o que de melhor ocorre no campo editorial brasileiro, nos últimos tempos. Anda-se cheio das porcarias importadas, traduções porres que viram best-sellers à custa da ingenuidade de muitos pacóvios ledores, ou supostamente leitores, intelectuais da panaceia da autoajuda.
Para o lançamento de “Marighella: o guerrilheiro que incendiou o mundo”, o autor veio cá e, além da livraria onde deu autógrafo, desfilou pela imprensa. E, óbvio, deu o ar da graça na X Bienal. Eu o vi, com o bonde em andamento, em duas entrevistas em canais locais de televisão. Pena que perdi ambas, em sua integridade, mormente a entrevista na TV O Povo, na qual o Mário Magalhães era sabatinado por vários jornalistas de escol, aqui, da terrinha alencarina.
Consoante o próprio título, claro, a obra que, somente agora, inicio a leitura tem como figura central o militante da esquerda política, no Brasil, Carlos Marighella. Baiano, formado engenheiro civil, poeta de larga inspiração, antes de tudo, um revolucionário e mártir do infelicitado regime que o matou, covardemente, quando ele se encontrava desarmado. Indico tal leitura, aos amigos, com muito gosto. Ficaria eternamente agradecido, se, ao contrário, alguém mo estivesse indicado.
Marighela foi deputado federal (cassado e, antes e depois, caçado como um cão hidrófobo). Dirigente do histórico e glorioso Partido Comunista Brasileiro (PCB) e, numa dissidência, quando, no arroubo da luta armada, fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN).
Com o seu “Minimanual do guerrilheiro urbano”, traduzido para diversos idiomas, arrebanhou a simpatia até do existencialista francês Jean-Paul Sartre (1905-1980). Combatente desde a ditadura Vargas, pela coragem pessoal de que era possuidor e pelos sobrados conhecimentos teóricos do marxismo-leninismo, chegou a ser visto, inclusive pela famigerada CIA, como o sucessor natural de Ernesto Che Guevara (1928-1967), na América Latina.
Mais não conto, senão já estaria contando todo o livro de Mário Magalhães, que é, sem dúvida, o maior e melhor arsenal da vida do “guerrilheiro urbano” que, na noite de 04 de novembro de 1969, foi morto em uma emboscada, no centro de São Paulo, pelos esbirros de um contumaz assassino, o delegado Sérgio Paranhos Fleury, de funesta memória.
Fort., 02/12/2012.