Uma chuva das 7 ferramentas
Uma chuva fez a fé de um ateu no nordeste, que vendo a terra cozinhar o feijão, antes mesmo do feijão brotar, pediu diretamente à nuvem, que viesse visitá-lo e deixasse aquele grão para a panela, e rogando assim quase se fez amigo de Deus.
A enxurrada lambia o pé do bêbado, sentado à sarjeta, que se perguntava se aquele rio não estava perdido, ou se sabia chegar ao mar? Um menino, sem o torpor do álcool chutava a água, que fez da sua pelada uma pelada aquática.
As infiltrações eram o soro aplicado às raízes, davam as plantas o sustento e a altura determinada pela sua matriz.
Em morros as águas arrastavam pedras, algumas crianças, todo o acervo do favelado, montavam velórios, e deixavam sem latas de cobertura tantos barracos.
Dançaram na chuva e em cada banco se esqueceu um guarda –chuva, e até algumas avós fizeram, para o neto, bolinho de chuva