Por que, porquê, por quê, porque!
Por que fogem tanto dos por ques, porques, por quês porquês que são necessários? Talvez, porque deva ser muito fácil explicar sem saber o porquê que explica tudo. Não sei, mas percebi que não há mais o porquê e tudo passou a contrariar normas e criar respostas sem os porquês.
A criança vive a fase do por quê? A gramática ensina o porquê e o mundo oferece a solução da anomia, porque não sabe explicar o uso de tantos porquês. Por que, por quê? Porque é mais fácil desconstruir e abolir que procurar entender. Porque rasgar conceitos cai numa zona de conforto. Por que, o porquê, por quê, porque!
Por que querem assassinar o porquê? Respondam com uma “letras” apenas.
Por que quebrar a regra e pular a cerca que nos protege do caos? Respondam logo após e digam o contra dos pós.
Por que propagar que o novo é novo? Sabemos bem que o novo é o segmento do velho, sendo assim, é mais velho que o anterior. Por que, por quê?
Por que os discursos querem um porquê apenas e o resumo de tudo como solução?
Por que quem deve ter respeito é o primeiro a procurar abolir o que mantém tudo no alicerce da lucidez? Porque o texto, talvez, foi rasurado, por quem não tem a preocupação exata de explicar as dificuldades que um porquê mal colocado implica. É fácil extinguir, quero ver depois que reconstrução será erguida no lugar do terreno baldio e cheio de entulhos que ficará. Por quê? Porque estamos caminhando para a desordem de conceitos que não explicarão o porquê bem e nem mal e nem bom e mau será explicado também.
Por que estou indignado? Porque não estou impassível, nem passivo, assistindo a subversão de um mundo que ainda não está preparado para viver sem regras. Porque quero ordem e clareza, porque estou com o porquê para o que der e vier. Porque sou osso duro de roer e quem quiser entender meus questionamentos, entenda primeiro por que eu resolvi deblaterar. Por que, por quê? Porque para muitos não interessa o porquê, porém, apenas, uma resposta!
Mário Paternostro