Autoanálise
Sou do tipo que rio sozinho, falo com objetos, conto nos dedos até cinco, reconto, brigo com latinhas nas ruas, dou vida ao que não tem.
Choro e sorrio ao mesmo tempo, conto piadas sem graça e rolo de rir de mim mesmo!
Brinco, falo alguns palavrões, cumprimento às vezes. Há dias que estou para todos e também dias que nem para mim mesmo.
Corrijo, repito a mesma coisa várias vezes, ajeito tapete desalinhado com o rejunte dos pisos, diga-se de passagem em qualquer lugar que eu estiver, verifico a porta mais de três vezes, arranco pedacinhos de cutículas no cantinho dos dedos.
Dou boa tarde às dez e meia da manhã, conto em mente se na minha mochila estão as chaves, o remédio, o crachá.
E me pergunto? Sou normal?
Eu mesmo me respondo:
_ Sim, claro que sou.
Passados alguns minutinhos repito tudo de novo.
Só funciono com rotinas, odeio surpresas mas adoro surpreender...
E assim vou levando a vida, ajeitando quadros na parede, tirando ciscos dos móveis e com um belo sorriso sempre acompanhando!
Acho que sou normal até demais. Me emociono fácil, até mesmo com gestos simples como uma mensagem de bom dia no celular, injustiças e por aí vai.
Assim é a vida de um libriano decidido, amável, de gênio forte, mas se alguém tentar me mudar..., aí complicou foi tudo!