Cubatão -Memórias - Dos mangues aos bananais- Cap.IV
Pra tudo se acabar na quarta-feira:
Diz a música que: “em fevereiro, tem carnaval” embora nem sempre caia em fevereiro. O carnaval em Cubatão tem também a sua história, e a nossa em particular. Haviam os blocos na rua, as batalhas de talco e de lança-perfume. Certa vez acompanhamos “Os cabeçudos da baixada” Tinha lá um com cara de gaiato, um pescoçudo um tímido e até um diabo balançando a sua capa preta e empunhando um tridente vermelho. A molecada provocava e depois saía correndo se embrenhando na multidão. Também não faltavam os bailes de salão com suas matinês e os concursos de fantasias. Já à noite, os bailes eram mais para os adultos. Isso ali no E.C.Cubatão.
Já o nosso carnaval particular, vivia na verdade das migalhas de outros foliões. A nossa turminha se reunia e marchava logo cedo para os portões do E.C.Cubatão para apanhar os restos do carnaval da noite passada. Lá havia farta quantidade de confetes e serpentinas pelo chão. Enchíamos sacos e sacos e assim, dávamos uma sobre vida àqueles pedacinhos coloridos fazendo o nosso próprio carnaval. Batendo latas, carregando pedaços de bambus e vassouras como estandartes e cantando marchinhas, dávamos algumas voltas no quarteirão e com direito às batalhas de confetes, Confetes que vinham acompanhados por palitos de fósforos, bitucas de cigarros, tampinhas de bebidas, e etc... como não poderia ser diferente né?
Ah!, como diz aquela marcha-rancho:........ “Pedacinho colorido de saudade”....
José Alberto Lopes®