Cala-te boca.
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Pouco tenho falado, mas tenho observado muito.
Tenho percebido mais as pessoas, sua intenções... o saldo, infelizmente, negativo.
O silêncio na hora certa nos salva de situações constrangedoras, evita que fiquemos expostos desnecessariamente. O silêncio quando acompanhado da indiferença, é a combinação perfeita, o casamento certo, mas pra isso, só buscando a sabedoria de um Dalai Lama... rs
Mas afinal de contas, calar-se é certo?
Para uma pessoa que dá bom dia a cavalo como eu, o silêncio se faz difícil, complicado e muitas vezes impossível. Ser expansiva, falante, implica em diversos dissabores, por que controlar a língua é algo que só se faz depois de feita a bobagem.
"Escuta e serás sábio. O começo da sabedoria é o silêncio". (Pitágoras)
Concordo, por que quanto mais se ouve, e menos se fala, mais senhor dos atos ficamos. Minha avó sempre dizia uma frase: Caveira, quem te matou? A língua.
Interpreto o silêncio de formas diferentes dependendo do ângulo ou da pessoa envolvida. Calar-se como fiz muitas vezes para evitar uma briga doméstica, obrigada por uma figura paterna autoritária, foi primordial para que tivesse o bom senso de não me meter em encrencas gratuitas. Também para "defender" uma amizade. Creio que a idade também está ligada a isso, quanto mais amadurecemos, menos temos vontade de criar conflitos. Alguma teoria oriental deve explicar isso. Só pode!
Mas também há aquele silencio de resignação, onde a pessoa não tem forças para brigar, para impor-se. Isso é péssimo.
Tem o silêncio que guarda segredos, aquele que é a chave da "caixa de pandora". Uma vez aberta ele se vai e viva-se com o que dali saiu.
Há o silêncio que irrita. Aquele das pessoas que não se importam com o mundo, que pouco influencia nas decisões. Talvez esse seja o silêncio covarde. Ou quem sabe o silêncio egoísta. Pra que me envolver em algo que não me trará lucro?
E existe por fim aquele silêncio sofrido, cheio de palavras guardadas, de vontades reprimidas.
Aquele silêncio que diz: Eu te amo.