Crônica Bônus

Meus caros 23 fiéis leitores, hoje resolvi escrever um texto, assim, sem mais nem menos, nessa quarta ao meio dia, em vez dos tradicionais das sextas nos fins de tarde.

Tá, mentira, nunca escrevemos à toa né.

O que eu quero dizer é que não sei de onde surgiu essa vontade...

Tá, menti de novo, só não quero dizer o motivo.

Digo? Tá, se vocês querem saber eu digo...

Tudo bem, menti de novo, vocês não tão nem aí, eu é que tô louco pra contar pra vocês, porisso escrevi.

Sabe o que é...

ACHO QUE O MEU PAI NÃO GOSTAVA MUITO DE MIM.

Pronto, falei. Estava lendo um romance hoje pela manhã (O Jogo do Anjo, do Zafón) e o personagem falava algo parecido. Achei o meu pai meio parecido com o pai dele.

Não sei o que tinha em mim, mas sentia que incomodava ele. Sempre senti isso que grafei acima, que o meu pai não ia muito com a minha cara.

Chato escrever isso. Hoje estamos legais, eu e ele. Mas eu passei a infância toda com essa impressão.

Ele não era ruim pra mim, não era isso. Não fui uma criança maltratada. Mas só sentia uma diferença enorme na maneira que a minha mãe me tratava e na do meu pai, principalmente também no jeito que ele tratava meus irmãos. Sou o do meio.

Não que ele não gostava de mim, só não gostava muito, entendem? Já eu sempre gostei muito dele, até hoje gosto muito dele (bosta, comecei a lacrimejar).

Tá, não precisam chorar também nem colocar comentários "dando uma força", sei que é chato ler isso e imaginar o que é isso para uma criança.

Sobrevivi. Vivi bem, nunca me faltou nada, brinquedo, praia, estudo, bicicleta, não tive vida sofrida, mesmo não tendo luxos. Nunca seria FDP em reclamar de barriga cheia.

Mas o livro me trouxe isso à tona hoje pela manhã. (À toa" e "À tona" tem crase? Na dúvida, coloquei. Nunca consegui aprender essa tal de crase. Se alguém souber isso diz num comentário, tá.)

Vou levar o Toninho Júnior para almoçar fora.

Será que ele pensa o mesmo de mim? Sei lá né.

Acho que não. Vou perguntar isso pra ele no almoço. O meu pai nunca me perguntou, então vou perguntar pra ele. Embora esse chato seja filho único e cheio de mimos.

Um abraço a todos e bom almoço.

Sexta feira estarei aqui de novo, tradicionalmente, ao final da tarde, para outra crônica.

Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 28/11/2012
Reeditado em 30/11/2012
Código do texto: T4009350
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