LEMBRANÇAS DE NATAL
As belas estrelas iluminadas, convidavam meus olhos a olhá-las.
E mesmo estando tão distante em tempo e espaço, sem querer, elas foram responsáveis, por me levar aos natais de minha infância.
Ainda relutei, e falei pra minha memória: ah, não, não me venha com lembranças, tenho tantas coisas diferentes pra ver por aqui, fiquem quietas, não é hora nem lugar.
No entanto tenho que reconhecer que se fui boa educadora com meus filhos, com minhas lembranças, não tive o mesmo desempenho, quase sempre elas chegam em hora indevida, e tomam o espaço.
E foi exatamente isso que ocorreu ali. Lugar lindo. Tudo belamente decorado, tanta novidade para ser descoberta por mim. E no entanto, lá estava eu, vendo através das belíssimas estrelas decorativas, a árvore de natal que meu pai trazia, recém colhida da imensa plantação de pinheiros que nos cercava.
Me vi, menina e feliz, colocando com cuidado as delicadas bolas nos galhos cheirosos e espinhentos do pinheiro verdinho.
Ouvi a voz de minha vó dizer: "Leninha, preste atenção, não vá quebrar nenhuma bola de natal. O pai noel, (assim, minha vó chamava o bom velhinho, e não de papai noel) está vendo o que você está fazendo". Ri, emocionada dessa doce lembrança.
Senti o cheiro dos ramos de alecrim, que eram usados para temperar os pobres animais que eram imolados, em nome da gula de toda família.
Tudo se passou em frações de segundo. O som da voz da atendente da loja, perguntando-me se podia ajudar em algo, trouxe-me de volta ao momento presente.
(Foto :Time Warner Center)