O MODERNO CONCEITO DE POLÍTICA
O “Dicionário de Politica”, de Bobbio, Matteucci e Pasquino, editado pela Universidade de Brasília em 1986, ao tratar do verbete “Política”, apresenta o seu significado clássico, que, derivado do grego polis (politikós) , significa tudo o que se refere à cidade e, consequentemente, o que é urbano, civil, público, e até mesmo sociável e social. O termo “Política” se expandiu graças à influência da grande obra de Aristóteles, intitulada Política, que deve ser considerada como o primeiro tratado sobre a natureza, funções e divisão do Estado. Com o passar do tempo, porém, o termo veio perdendo não só o seu significado original como também, na prática, sua esperada finalidade de prever e assegurar os bens morais e materiais indispensáveis à vida, não só no plano individual como no da sociedade em geral, tais como a ética, a austeridade, a paz, a ordem pública, a segurança, o bem estar, a prosperidade, enfim, todas as metas de que um grupo organizado necessita e a que se propõe, de acordo com o tempo e as circunstâncias. No dias atuais, o termo “política” atingiu sua transformação máxima, que lhe alterou completamente o significado. Ao prefixo “poli”, também derivado do grego, mas aqui com o sentido de “muitos”, “vários”, agregou-se o vocábulo “titica”, de origem africana, cuja tradução é sobejamente conhecida , resultando no novo conceito, que bem define o seu exercício: POLITITICA, ou seja, a realização de uma pluralidade de dejetos. Perguntei a um cultor da polititica o que o povo brasileiro pode esperar desse moderna prática. Respondeu-me: ora, meu caro, ao povo brasileiro está reservado, com muito afeto, um caloroso quessedane. Peço perdão pelo neologismo, mas não foi exatamente nesses termos a resposta, pois a que recebi obrigou-me a abrandá-la, para fins editoriais. Oremos, pois, a fim de que , por obra da polititica, não passemos a aceitar os mensalões e cachoeiras como fatos corriqueiros.