Maracanã e Bernardo James
2014, grande final da Copa do Mundo; o qual estará de olhos focados no Brasil, especificamente ao estádio Maracanã na cidade Rio de Janeiro. Um cenário arquitetônico magnífico onde luzes brilham e a plateia agitada contempla o gigantesco evento. Repórteres de todas as partes do mundo se debaterão para captar as melhores matérias. Celebridades serão entrevistadas e fotografadas em amplos destaques. A Presidente, o Governador e o Prefeito falarão com satisfação do megaevento esportivo. As ruas da cidade estarão tumultuadas pela euforia dos jogos realizados no território brasileiro e, dentre todo esse acontecimento, em algum lugar, estará Bernardo James, mas afinal, Valdon Nez, quem é Bernardo James?
Em meados do ano 1995, James desembarcou na rodoviária “Novo Rio” no Rio de Janeiro e, a partir dali passaria a conhecer a cidade. Num ônibus urbano seguiu rumo a um bairro do subúrbio e nos dias seguintes começou a trabalhar como pedreiro. A saudade, algo comum àqueles que abandonam os seus, sobrevivia em seu peito; saudade esta relacionada aos familiares que havia deixado numa pequena cidade do estado do Maranhão. Porém, era preciso resistir na metrópole, pois precisava trabalhar e, igual à maioria dos solteiros, nos fins de semanas, procurava alguma diversão para afogar a distância da terra natal. No maranhão havia ficado uma namorada: Lucilene e, para amenizarem a saudade passavam horas a fio conversando ao telefone. O tempo ia passando e James trabalhando e até retornou a pequena cidade para passear, no entanto, a escassez de trabalho novamente o empurrava para a capital carioca, onde Lucilene um dia também desembarcou para viverem juntos nos laços do amor, que lhes doou o casal de filhos que tanto amam...
Atualmente, James acorda às cinco horas da manhã e embarca num ônibus que o levará até o seu local de trabalho e, às seis horas e vinte minutos já deverá estar vestido no uniforme da empresa para bater o cartão e se juntar aos vários funcionários que labutam diariamente na reconstrução do estádio Maracanã, onde as obras funcionam dia e noite, pois o tempo de entrega do estádio se esgota rapidamente. E, lá, dentre os diversos profissionais, James tem a função de Armador, onde tatua suas marcas na fenomenal obra esportiva.
Eis aí o retrato social de Bernardo James: um dos muitos trabalhadores que derramam diariamente o suor do corpo sobre a montagem da gigantesca obra, e, o intuito desta simples crônica da vida real, é apenas para pontuar a importância de sua participação no estrondoso espetáculo esportivo, pois possivelmente ele passará invisível em meio aos frenéticos holofotes...
Obs:
Foto e texto, publicados mediante autorização de Bernardo James.
2014, grande final da Copa do Mundo; o qual estará de olhos focados no Brasil, especificamente ao estádio Maracanã na cidade Rio de Janeiro. Um cenário arquitetônico magnífico onde luzes brilham e a plateia agitada contempla o gigantesco evento. Repórteres de todas as partes do mundo se debaterão para captar as melhores matérias. Celebridades serão entrevistadas e fotografadas em amplos destaques. A Presidente, o Governador e o Prefeito falarão com satisfação do megaevento esportivo. As ruas da cidade estarão tumultuadas pela euforia dos jogos realizados no território brasileiro e, dentre todo esse acontecimento, em algum lugar, estará Bernardo James, mas afinal, Valdon Nez, quem é Bernardo James?
Em meados do ano 1995, James desembarcou na rodoviária “Novo Rio” no Rio de Janeiro e, a partir dali passaria a conhecer a cidade. Num ônibus urbano seguiu rumo a um bairro do subúrbio e nos dias seguintes começou a trabalhar como pedreiro. A saudade, algo comum àqueles que abandonam os seus, sobrevivia em seu peito; saudade esta relacionada aos familiares que havia deixado numa pequena cidade do estado do Maranhão. Porém, era preciso resistir na metrópole, pois precisava trabalhar e, igual à maioria dos solteiros, nos fins de semanas, procurava alguma diversão para afogar a distância da terra natal. No maranhão havia ficado uma namorada: Lucilene e, para amenizarem a saudade passavam horas a fio conversando ao telefone. O tempo ia passando e James trabalhando e até retornou a pequena cidade para passear, no entanto, a escassez de trabalho novamente o empurrava para a capital carioca, onde Lucilene um dia também desembarcou para viverem juntos nos laços do amor, que lhes doou o casal de filhos que tanto amam...
Atualmente, James acorda às cinco horas da manhã e embarca num ônibus que o levará até o seu local de trabalho e, às seis horas e vinte minutos já deverá estar vestido no uniforme da empresa para bater o cartão e se juntar aos vários funcionários que labutam diariamente na reconstrução do estádio Maracanã, onde as obras funcionam dia e noite, pois o tempo de entrega do estádio se esgota rapidamente. E, lá, dentre os diversos profissionais, James tem a função de Armador, onde tatua suas marcas na fenomenal obra esportiva.
Eis aí o retrato social de Bernardo James: um dos muitos trabalhadores que derramam diariamente o suor do corpo sobre a montagem da gigantesca obra, e, o intuito desta simples crônica da vida real, é apenas para pontuar a importância de sua participação no estrondoso espetáculo esportivo, pois possivelmente ele passará invisível em meio aos frenéticos holofotes...
Obs:
Foto e texto, publicados mediante autorização de Bernardo James.