UM PRISÃO CHAMADA GAIOLA
Em visita a uns parentes, neste momento, estou vendo e escutando um pássaro, o Trinca-ferro, cantando em sua gaiola, à minha frente. Não me acostumo com o que vejo e não concordo com essa prisão.
Os pássaros nasceram para a liberdade, Deus os fez para serem felizes e alegrar as nossas manhãs, mas o que eu vejo nada tem de alegre: é uma pena injusta aplicada contra quem nada fez. Seu pecado é ser belo e, sua sina, cantar maviosamente!
Como podemos fazer algo assim, aprisionar um inocente, institucionalizado em sua prisão, longe da qual não mais poderia viver. O céu para ele é uma lembrança remota e a liberdade algo intangível. E ele canta, apesar de tudo, porque sua missão é cantar, mas, para mim, seu canto soa triste, porque o que não se encaixa e está em desacordo com os planos de Deus passam longe do que possa significar felicidade!
Os seres humanos, antes de serem encarcerados na prisão, tem advogados, atenuantes, agravantes, testemunhas contra e a favor e uma sentença que o encarcera ou os liberta. Os pássaros, não! Sem defesa, sem qualquer direito e sem misericórdia são sentenciados. Cumprem sua pena, alegrando os seus algozes, perpetuamente, até que a morte os separe!