Uma bruxa chamada Griselda

Ela seria uma pessoa comum, não fosse pelos dotes insuportáveis que possuía.

Griselda tinha uma personalidade difícil. Era uma tribulação o convívio diário com ela. As pessoas suportavam-na, mas longe de gostar dela.

Sua personalidade amarga, prepotente e falta de amor próprio eram notáveis a primeira vista. Não precisava conhecê-la de muito tempo para perceber que sofria de grande falta de amor e rejeição, fazendo-na semelhante a uma bruxa.

De aparência cabulosa, infeliz seguia reclamando.

Sua falta de amor próprio faziam-na ciumenta e invejosa com seus colegas. Ninguém podia fazer algo que julgasse melhor do que ela, desde uma roupa bonita, o cabelo arrumado, a felicidade alheia incomodavam Griselda.

Seus colegas tentavam aproximação. Alguns até conseguiam se agissem igual a ela. Pessoas de personalidade fraca, logo se transformavam em bruxa igual a ela - ou viravam sapo.

Griselda não perdoava quem não a seguisse. Precisava se auto-afirmar. A falta de amor, faziam-na agir de forma prepotente e grosseira, tratando mal as pessoas que divergissem de sua opinião momentânea.

Era infeliz - coitada e a maneira de mostrar poder era pisando nas pessoas ao redor.

No fundo ela sabia, que as pessoas apenas suportavam-na por obrigação, precisavam do emprego.

Seu trabalho era camuflado. Para mostrar-se melhor, tratava de escolher os melhores grupos e afiliar-se, deixando os mais fracos para os outros. Ela tinha que ganhar mais que os outros e mostrar que era melhor. No fundo sabia que não era, e seu subconsciente sofria, buscando alternativas para sentir paz.

Não encontrava.

Seus dias eram assim.

Ela não sabia, mas chamavam-na de bruxa Griselda.

A vida dava-lhe muitas oportunidades de melhorar, mas tamanha amargura e prepotência, deixava passar despercebido.

Vivia de aparências. Fingia sorrisos no telefone em conversas forçadas.

O marido nunca ligava. Inventava histórias para as amigas, imaginando noites calientes com o marido. Mal sabiam que faziam dois anos que não dormiam juntos.

Em casa, chorava escondido. Na frente das pessoas era uma pedra.

Quem tropeçava na pedra, não cuidasse, ficava sem o dedão do pé.

Tanto fazia a bruxa Griselda, e não imaginava...

o velho ditado que dizia:

A plantação é livre, mas a colheita é obrigatória.

Griselda plantava maldade livremente, e mal sabia, que sua colheita estava ficando farta.

Colheria tanto, que uma vida não bastaria.

E nas outras tantas vidas que teria, bruxa seria, até aprender a usar suas ervas para o bem.

E pena que não sabia. Era digna de pena.

E pena que não sabia. Se o bem fizesse, sua colheita feliz seria.

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Inspirado no cotidiano

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Sary
Enviado por Sary em 23/11/2012
Reeditado em 03/12/2012
Código do texto: T4001360
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