Reflexões Íntimas de Um Membro "Ego-Inchado" dos Grupos Literários do Facebook
Não devia, pois este Grupo é apenas um grupinho, mas como sou generoso(a), vou permitir que estes pobrezinhos leiam algumas das minhas admiráveis obras literárias...
Sabem que tipo de autor(a) eu sou? Se sou mulher, sou tão talentosa quanto Clarice Lispector ou Forbela Espanca ; se sou homem, sou tão bom quanto Drummond, Vinícius de Moraes ou Rubem Braga...
Por isso, não me dou ao trabalho de postar os meus textos diretamente na página do Grupo, pois os idiotas não merecem isso. Só passo link para blogs ou sites onde estão publicados os meus maravilhosos textos. Ah! Quem quiser, que vá até lá, pois é uma honra para eles me lerem...
Se sou estrangeiro(a), sei que consciência nacional é ficção no Brasil, por isso posto textos no meu idioma pátrio. Não tenho nenhuma dúvida de que alguns brasileiros babacas vão me curtir, sem nem mesmo saber do que estou falando, ou vão procurar tradutores on line para sabê-lo...
Se sou brasileiro(a), mas vivo morrendo de amores por algumas línguas estrangeiras - especialmente espanhol, inglês ou francês - posto textos nesses idiomas, porque o Português é uma língua subdesenvolvida, pobre demais para traduzir devidamente a minha inspiração literária...
Não vou ler, curtir ou comentar ninguém. Pra quê? Só o que me interessa é dar aos coitados uma rara oportunidade de conhecer, de graça, a minha admirável obra literária...
Se houver alguém, aqui neste Grupo, que não concorde com estas minhas íntimas reflexões, com certeza é um grosso ou um criador de caso. Mas pode ser que esteja morrendo de inveja: ele não é tão bom quanto eu!
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Notas do autor:
Esta é uma obra de ficção, mas o tema tem a ver com a minha briga antiga contra a fogueira das vaidades que incendeiam a maioria das obras literárias na Internet. Sou criador e administrador do grupo literário "Cantinho das Letras", do Facebook, que tinha mais de 50 membros quando eu avisei que não seriam mais admitidas postagens cujas leituras fossem condicionadas a redirecionamentos para sites ou blogs, ou publicações em língua estrangeira. Muitos foram embora, alegando que eu era um "ditador". Mas, quem ficou, compartilha do meu pensamento de que, se o site, blog ou grupo não é bilíngue e se estamos no Brasil, então, postar em língua estrangeira é tão somente um desrespeito inaceitável; por outro lado, se uma pessoa faz parte de um grupo - ao qual entrou porque quis - e quando posta, coloca um link para ser redirecionado a seu site ou a seu blog, onde finalmente será lido, então está claro que a essa pessoa não quer interagir literariamente com o grupo, mas sim, promover-se à custa do grupo.
Não devia, pois este Grupo é apenas um grupinho, mas como sou generoso(a), vou permitir que estes pobrezinhos leiam algumas das minhas admiráveis obras literárias...
Sabem que tipo de autor(a) eu sou? Se sou mulher, sou tão talentosa quanto Clarice Lispector ou Forbela Espanca ; se sou homem, sou tão bom quanto Drummond, Vinícius de Moraes ou Rubem Braga...
Por isso, não me dou ao trabalho de postar os meus textos diretamente na página do Grupo, pois os idiotas não merecem isso. Só passo link para blogs ou sites onde estão publicados os meus maravilhosos textos. Ah! Quem quiser, que vá até lá, pois é uma honra para eles me lerem...
Se sou estrangeiro(a), sei que consciência nacional é ficção no Brasil, por isso posto textos no meu idioma pátrio. Não tenho nenhuma dúvida de que alguns brasileiros babacas vão me curtir, sem nem mesmo saber do que estou falando, ou vão procurar tradutores on line para sabê-lo...
Se sou brasileiro(a), mas vivo morrendo de amores por algumas línguas estrangeiras - especialmente espanhol, inglês ou francês - posto textos nesses idiomas, porque o Português é uma língua subdesenvolvida, pobre demais para traduzir devidamente a minha inspiração literária...
Não vou ler, curtir ou comentar ninguém. Pra quê? Só o que me interessa é dar aos coitados uma rara oportunidade de conhecer, de graça, a minha admirável obra literária...
Se houver alguém, aqui neste Grupo, que não concorde com estas minhas íntimas reflexões, com certeza é um grosso ou um criador de caso. Mas pode ser que esteja morrendo de inveja: ele não é tão bom quanto eu!
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Notas do autor:
Esta é uma obra de ficção, mas o tema tem a ver com a minha briga antiga contra a fogueira das vaidades que incendeiam a maioria das obras literárias na Internet. Sou criador e administrador do grupo literário "Cantinho das Letras", do Facebook, que tinha mais de 50 membros quando eu avisei que não seriam mais admitidas postagens cujas leituras fossem condicionadas a redirecionamentos para sites ou blogs, ou publicações em língua estrangeira. Muitos foram embora, alegando que eu era um "ditador". Mas, quem ficou, compartilha do meu pensamento de que, se o site, blog ou grupo não é bilíngue e se estamos no Brasil, então, postar em língua estrangeira é tão somente um desrespeito inaceitável; por outro lado, se uma pessoa faz parte de um grupo - ao qual entrou porque quis - e quando posta, coloca um link para ser redirecionado a seu site ou a seu blog, onde finalmente será lido, então está claro que a essa pessoa não quer interagir literariamente com o grupo, mas sim, promover-se à custa do grupo.