Entre quatro paredes
Entre quatro paredes!
Entre quatro paredes tudo pode acontecer e... Acontece! Consumadas são as paixões, afloram emoções á flor da pele, grandes amores, ardentes paixões, ardentes desejos são satisfeitos. Intimidades e verdades reveladas, cumplicidades consolidadas. Todos os desejos, todas as aspirações...
Também alhures... A deusa grega, Têmis vê... Entre quatro...
No Palácio entre quatro resplandecentes paredes, forradas de mármore grego, de graníticos, belos e dourado pisos. Supremas e divinas reuniões acontecem. E que reuniões!
“Mas não somos excelências, deuses,”? O que importa à ignara plateia, é que somos astros, estrelas. Brilhamos sob as luzes dos holofotes. Nós não somos os “Caras”? Não Somos o momento”!
O que aconteceria se essas magnificas quatro paredes, forradas de belíssimos mármores, não isolados e deixassem escapar seus sons intramuros – berros, sussurros, os mais secretos e íntimos sons -, vazando-os para as planícies, onde ouvidos...Ouviriam? Segredos, vaidades, disputas competições e... Outras coisinhas de somenos importância, tais como: Mandamentos, normas, códigos e leis..
”Data vênia excelências... A meu juízo... Penso de forma diferente. O contraditório.. Necessário é para qualificar provas”!
Divergências! Os deuses não se entendem... Jurisprudências, doutrinas... “Ora, ora...Que se vão às favas! Criemos outras”!
Entre quatro santificadas paredes, divino isolamento. Quem entenderia o rebuscado vernáculo?
Ouvidos privilegiados? Ora, pois pois Camões. Quem tem ouvidos sempre ouve. Tudo pode ser dito e...Pré- decidido!
“Data vênia excelência, sou o Relator... Relator! Não delator, ditador... O senhor absoluto! Não podeis me contradizer”! “Senhor Relator tenência! Tome tenência”!
“Psiu, psiu... Senhores magistrados. Cuidado! Paredes têm ouvidos! Até mesmo nessa divina sala, nesse céu”.
Mosca! Queria ser uma! Quanta coisa veria e ouviria nesse céu!!
Mas e a mídia? Ela é uma mosca? Sempre ouve, tudo vê, tudo sabe> Ela é onipresente? Um santo inseto!
Data vênia excelências... O juízo, o julgamento já não estaria pronto?
Entre quatro paredes, santas paredes a protegerem montanhas de finas celuloses rabiscadas, entrelaçadas, conchavadas, destroçadas... Injustiçadas.
Poxa! Data vênia excelências... Debochadas?
Qual o quê, togados!
Nandú 30/09/2012