SAUDOSISMO
Estamos vivendo uma onda de saudosismo enorme nestes últimos tempos. Muitos cronistas de ponta escrevem sobre fatos ocorridos há muito tempo, com ou sem a participação dos próprios. Luiz Alca de Sant’Anna, Claudia Matarazzo, Vicente Cascione (talvez o maior dos saudosistas) e até Arnaldo Jabor, são exemplos de cronistas que se renderam aos fatos e acontecimentos do passado detalhando gostosamente em suas crônicas as maravilhas pelas quais passaram, e que muitos de nós também passamos, levando-nos assim na garupa de suas saudades.
Por que será que ocorre essa onda de saudosismo justamente num momento em que o avanço da tecnologia é cada vez mais acentuado, a velocidade de comunicação assume proporções espantosas e a medicina já é capaz até de prever se você terá um infarto no futuro (você gostaria de saber?).
Temos a consciência que as descobertas recentes em todas as áreas só podem nos trazer o bem-estar, o conforto progressivo, a segurança na saúde com seus diagnósticos cada vez mais precisos, a facilidade das pesquisas pela Internet e muito mais coisas que nem são necessárias citar neste espaço.
Dentro de toda essa evolução global, onde fica o espaço reservado ao lirismo, à inocência, à simplicidade, ao diálogo, à permissão para errar e consertar....??? Creio estar aí o grande motivo para que cada vez mais as pessoas sintam saudade dos tempos idos, onde tudo isso era permitido, onde tudo isso existia de forma saudável e natural. Tudo era diferente, tudo era simples, tudo tinha seu devido tempo sem essa correria absurda de hoje onde o coração é posto à prova em cada minuto que se vive. Expressões como workaholic e stress, por exemplo, eram totalmente desconhecidas. Palavras horrendas como colesterol, triglicérides, HDL, LDL e outros palavrões quase não se ouviam. Eu mesmo ouvi pela primeira vez a palavra colesterol quando tinha mais de 25 anos. E nem sabia o que significava.
Hoje as crianças já crescem sabendo o que vem a ser isso e, pior, acometidas desses males. O mundo mudou, ficou frio, perverso. A competição e a fofoca chegam a ser os combustíveis principais das pessoas. O quinto mandamento de Deus diz: “Não matar”... Hoje se mata até em nome de Deus.
Tudo isso vai minando nosso sub-consciente, nos induzindo à procura de outros caminhos, mais animadores, mais sensatos, mais coerentes com aquilo que queremos. E, como não os encontramos, voltamos nossa mente para o passado onde era possível encontrar e viver essa nossa busca de hoje.
Como era gostoso assistir na tevê, ainda em preto e branco, o programa “A Família Trapo”, com o fantástico Otelo Zeloni, o Golias “Bronco”, o Jô em início de carreira e mais gordo do que nunca. Até a Cidinha Campos fazia suas gracinhas. Os festivais da década de 60, principalmente na Record dos Machado de Carvalho, a Jovem Guarda, a Bossa Nova e a MPB maravilhosa com Vinícius, Tom, Carlinhos Lyra, Menescal, Bôscoli, Nara, Elis, Chico.... Quanta gente interessante, quanta coisa boa, quanta cultura, quantos ensinamentos nós tivemos naquela época espetacular. E hoje temos a Rede Globo tentando nos empurrar goela abaixo o maior símbolo da baixaria televisiva que é o tal BBB.
Não é por nada não, até porque nunca fui muito adepto do saudosismo. Passou, tá passado, pensava eu. Até que não tive mais como não me render às evidências e também cair nas recordações. E hoje eu olho pra trás sim, faço questão absoluta de lembrar-me da maravilha que foi viver numa época em que o mais importante de tudo era ser feliz. Mesmo com o ranço da ditadura e dos governos militares que ceifaram a vida de muitos grandes brasileiros.
Dá saudade sim... Dá para entender o porque desse saudosismo exacerbado de hoje. Dá para entender porque as músicas daquela época até hoje ainda são regravadas inúmeras vezes por novos e antigos intérpretes. Dá para entender porque a simplicidade e a inocência de Chaplin, O Gordo e o Magro e de Os Três Patetas até hoje encantam a todos.
Eu estou cansado de toda essa modernidade, de toda essa rapidez desenfreada, de toda essa evolução sem regras e sem compreensão. Estou cansado da mídia que cada vez mais quer nos tornar robôs e reféns de tudo isso.
Agora vou indo pois “A Hard Day’s Night” com os Beatles está me esperando no DVD. Assistam... é de uma simplicidade e inocência maravilhosas.
Por que será que ocorre essa onda de saudosismo justamente num momento em que o avanço da tecnologia é cada vez mais acentuado, a velocidade de comunicação assume proporções espantosas e a medicina já é capaz até de prever se você terá um infarto no futuro (você gostaria de saber?).
Temos a consciência que as descobertas recentes em todas as áreas só podem nos trazer o bem-estar, o conforto progressivo, a segurança na saúde com seus diagnósticos cada vez mais precisos, a facilidade das pesquisas pela Internet e muito mais coisas que nem são necessárias citar neste espaço.
Dentro de toda essa evolução global, onde fica o espaço reservado ao lirismo, à inocência, à simplicidade, ao diálogo, à permissão para errar e consertar....??? Creio estar aí o grande motivo para que cada vez mais as pessoas sintam saudade dos tempos idos, onde tudo isso era permitido, onde tudo isso existia de forma saudável e natural. Tudo era diferente, tudo era simples, tudo tinha seu devido tempo sem essa correria absurda de hoje onde o coração é posto à prova em cada minuto que se vive. Expressões como workaholic e stress, por exemplo, eram totalmente desconhecidas. Palavras horrendas como colesterol, triglicérides, HDL, LDL e outros palavrões quase não se ouviam. Eu mesmo ouvi pela primeira vez a palavra colesterol quando tinha mais de 25 anos. E nem sabia o que significava.
Hoje as crianças já crescem sabendo o que vem a ser isso e, pior, acometidas desses males. O mundo mudou, ficou frio, perverso. A competição e a fofoca chegam a ser os combustíveis principais das pessoas. O quinto mandamento de Deus diz: “Não matar”... Hoje se mata até em nome de Deus.
Tudo isso vai minando nosso sub-consciente, nos induzindo à procura de outros caminhos, mais animadores, mais sensatos, mais coerentes com aquilo que queremos. E, como não os encontramos, voltamos nossa mente para o passado onde era possível encontrar e viver essa nossa busca de hoje.
Como era gostoso assistir na tevê, ainda em preto e branco, o programa “A Família Trapo”, com o fantástico Otelo Zeloni, o Golias “Bronco”, o Jô em início de carreira e mais gordo do que nunca. Até a Cidinha Campos fazia suas gracinhas. Os festivais da década de 60, principalmente na Record dos Machado de Carvalho, a Jovem Guarda, a Bossa Nova e a MPB maravilhosa com Vinícius, Tom, Carlinhos Lyra, Menescal, Bôscoli, Nara, Elis, Chico.... Quanta gente interessante, quanta coisa boa, quanta cultura, quantos ensinamentos nós tivemos naquela época espetacular. E hoje temos a Rede Globo tentando nos empurrar goela abaixo o maior símbolo da baixaria televisiva que é o tal BBB.
Não é por nada não, até porque nunca fui muito adepto do saudosismo. Passou, tá passado, pensava eu. Até que não tive mais como não me render às evidências e também cair nas recordações. E hoje eu olho pra trás sim, faço questão absoluta de lembrar-me da maravilha que foi viver numa época em que o mais importante de tudo era ser feliz. Mesmo com o ranço da ditadura e dos governos militares que ceifaram a vida de muitos grandes brasileiros.
Dá saudade sim... Dá para entender o porque desse saudosismo exacerbado de hoje. Dá para entender porque as músicas daquela época até hoje ainda são regravadas inúmeras vezes por novos e antigos intérpretes. Dá para entender porque a simplicidade e a inocência de Chaplin, O Gordo e o Magro e de Os Três Patetas até hoje encantam a todos.
Eu estou cansado de toda essa modernidade, de toda essa rapidez desenfreada, de toda essa evolução sem regras e sem compreensão. Estou cansado da mídia que cada vez mais quer nos tornar robôs e reféns de tudo isso.
Agora vou indo pois “A Hard Day’s Night” com os Beatles está me esperando no DVD. Assistam... é de uma simplicidade e inocência maravilhosas.
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