Uma viagem mística – extracorporal. (TITULO) por TAYNA STURION
Minha história estranha: uma viagem extracorporal
José João Bosco Pereira
Etec Dep. Ary de Camargo Pedroso
Criado em: 08/11/2012, 20:10
Última atualização: 08/11/2012, 20:10
Hoje aqui há uma tentativa simples de partilhar uma ficção: um caso de paranormalidade - uma visão de si ou no passado ou no futuro.
Uma viagem extracorporal.
Estranhamente, trata-se de envolver os alunos no vulcão de pulsões e desejos para visualizar um contato com um ser além ou aquém.
O grotesco ou o fantástico podem ser ingredientes interessantes para a criação literária com os alunos convidados por mim no Etec.
Prof. João Bosco - 08/11/2012
Este espaço é uma boa oportunidade de interação inicial. A palavra puxa palavra. A escrita interativa ou colaborativa acontece de muitas formas, hoje é o espaço virtual nosso motivo de partilhar o verbum – a palavra falada ou desejada - e a seiva da vida que pulsa em cada um(a).
TEXTO INICIAL DO PROFESSOR
Uma viagem mística – extracorporal. (TITULO)
Não sei se é verdade. Pareceu uma visão, talvez uma profecia: uma visão do futuro que se mistura com o passado, talvez.
O sonho não acabou! Longe de nós o pesadelo. Sonhei ou visualizei que certa noite: lá no alto da cidade, debaixo da árvore que conheço desde a infância. O sol se punha ao longe.
E meu coração sentiu algo diferente, para não falar estranho. Até arrepio! Senti alguma coisa atrás de mim. Não sei ao certo se era gente ou um outro ser inteligente. Uma luz me envolveu com um calor e saí de meu corpo naquela noite.
Então,...
Thayna Sturion,
Releia o texto inicial do professor acima.
Boa escrita. Prof. João Bosco
Obrigado, Prof. João Bosco
CONVIDO A TODOS A LEREM O TEXTO ABAIXO DE TAYNA STURION
Eis a escritura singela e onírica, espectral, uma comunhão mística com o cosmo. Thayna, com seu estilo suave e femininamente criativo, soube dar continuidade ao texto inicial proposto por mim.
Agradeço sua imaginação e dedicação a serviço da língua portuguesa e a literatura poderá ganhar decisivamente com talentos iguais ao seu. Continue a fazer a diferença enquanto é uma diferença como pessoa e escritora de seus íntimos colóquios com a natureza. Você é formidável à medida que conquista e age fazendo um mundo melhor ao redor de si mesma.
Minha eterna admiração,
Professor João Bosco
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Pegadas na Lua
Tayna Sturion
<na_joaninha@hotmail.com>
19/11/2012, às 19:49.
O sol que se recolhia aos poucos, caprichoso, pincelava de escarlate, em confluência com as nuvens, o céu de anil que seus raios tangiam. Dando àquela tarde uma áurea cálida e mística.
Eu contemplava a tarde que seguia vadia, embalada pelo ritmo das águas do rio tropeçando nas pedras, o farfalhar das folhas que "enchiam de efes as vogais do ar", a valsa das nuvens eternas e os pássaros voltando para os ninhos de par em par. Olhava e pensava em como tudo parecia fazer tanto tempo, e agora eu tinha uns mil anos.
Meu corpo era livre das forjas do tempo, mas minha alma ele havia catequizado e suas janelas me davam a prova disto. Finalmente enxergava! Sim! uma nitidez imprescindível; cores inimagináveis; meus sentidos se aguçavam.
Percebi a lua, a musa dos oceanos, que se faz de difícil e chega discreta, esperando ter o céu inteiramente seu. E senti um calor amigo, reparei, já que tudo o que sentia era fruto daquela companhia terna. Um conforto e um sorriso que emanavam do meu corpo como feixes de luz e me faziam levitar. E conclui que não estava sozinha, nem a sonhar.
Subi infinitamente. Atravessei nuvens; podia sentir a Terra girando, levada por essa Força que me ligava a todas as outras forças do universo. E tudo era infinito. Não havia luz que me cegasse.
Fomos dançar na Lua, fomos dançar com ela; naquela gravidade, onde o homem flutua. Tudo se ria e cintilava. E a música! Jamais ouvi tal sinfonia, que me perdoem Mozart, Beethoven, Chopin... Mas aquela era perfeita! Como um coral de anjos e instrumentos celestiais. Não soava alta nem tão baixa. Era exata; tanto, que eu parecia ouvi-la dentro de mim.
Atentei-me para os oceanos da Terra, que pareciam tão próximos, como se estivessem há alguns passos de nós, procurando ver neles refletida a tal Força. Quem ou o que era? De onde teria vindo essa manifestação tão onírica, excêntrica; que me falava tanto sem dizer palavra. Que me amava, que era eterna?
Nada se traduzia em agora. Agora era nada. E não houve ontem nem haveria amanhã. Era Tudo o Nada porque Nada era Agora, e Agora era Tudo.
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FONTE: tayna sturion <na_joaninha@hotmail.com>