Aparência pode nos enganar...

Caminhando no meio da floresta, sentei debaixo de uma árvore frondosa, com a cabeça baixa fiquei observando. Muitas formigas pelo chão trabalhava, os passarinhos voando de um galho a outro, canários do reino gorjeando alegrando todos que por ali passavam, fazia- me esquecer por alguns momentos a selva de pedra onde moro. Era quase meio dia, e o calor de verão mostrava sua graça. Longe avistei um vulto, será que vou ter companhia! Pensei com meus botões. Quando o vulto foi aproximando, notei que se tratava de um velho andarilho com suas trouxas, e um garrafão de água em uma das mãos. Chegou, e cumprimento-me pedido: O moço tem fogo? Disse gentilmente que não, sentou ao meu lado, fez um gesto de quem estava muito cansado, olhou pra mim e falou: O moço é desta banda! Respondi que não! Passava uns dias de férias na casa de meu irmão, e resolvi ter um contato mais de perto com a natureza. Sorrindo com um olhar fixo foi me dizendo: Seu moço pode ficar tranquilo, a aparência muita vez nós engana; sei que meu traje a susta, mas um dia você vai saber o motivo de meu “desleixo”. Falando assim, levantou e pegando sua “matula” foi saindo lentamente sem se despedir. Ao retornar para á residência de meu irmão, contei o que me ocorreu na mata, minha cunhada com um ar de mistério foi me dizendo: Aquele é o Zé bobo! O povo fala que há muito tempo atrás, ele trabalhava num circo como trapezista e palhaço, era uns dos artistas mais famoso da companhia, mas por um amor não correspondido ficou assim.

Jova
Enviado por Jova em 19/11/2012
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