A bela e a fera - uma homenagem
Um poeta disse que 'a função do amor é fabricar desconhecimento' mas eu acho que também pode ocorrer de o desconhecimento fabricar o amor.
Ela, A Bela. - primeira pessoa do singular, caso especial, sinuosa e cantante.
Navega nas águas do direito e entre minutas e elaboração de contratos com seus termos em latim, solta a voz em tons e meio-tons e ele ouve encantado. Alada e musical como uma cigarra, se transmuda facilmente em formiga. O contrato mais esperado por ela é aquele preparado nos céus e que os ligará.
Ele, A Fera. - primeira pessoa do caso reto, singularíssimo e insone. Com a criação de programas e análise de sistemas, passa a vida entre números. Seu universo é o da combinação binária e suas infinitas recombinações. Tem uma guitarra abandonada em um canto entre os prêmios ganhos na vida acadêmica e soterrada por inúmeros livros técnicos. Para ele, a combinação binaria definitiva existe e ocorreu quando a conheceu.
Ela - de sistemas, gerenciamento de rede e wireless pouco sabe, e sua navegação em redes, resume-se a pesquisas de códigos.
Ele – de Hamurábi à Lex Romana só sabe o que falaram os livros do colegial.
Então, esses universos se cruzaram e o inesperado ocorreu.
Só quem conhece do amor as dores e delicias, apostaria em prosseguir quando o código binario não combinou com o código de Hamurábi; então a Bela das Leis e a Fera da Tecnologia resolveram juntar os solfejos e a guitarra, relevando um pouco a dureza do Código de Hamurábi e a frieza das infinitas combinações binárias. Afinal para melhor viver, nada como um casal afinado, e uma musica tocada a quatro mãos é bem melhor, mesmo que desafine.
Assim, estabelecidas as razões de amor de ambos, poderia ser dito Hoje que:
Nunca houve um contrato tão bem elaborado
ou
Criaram o sistema de configuração perfeita.
JOHN DENVER disse na sua conhecida música:
Perhaps love is like a resting place, a shelter from the storm
Que realmente pra vocês o amor seja como um local de descanso, um abrigo contra a tempestade!