O AMANHECER DE UM NOVO DIA

O alarme do relógio tocou às 04h 45min. Despertei-me e a primeira coisa que me veio à mente foi agradecer a Deus pelo repouso do meu corpo e mente e por conceder-me mais um dia de vida.
Cumprimentei a esposa desejando-lhe um bom dia. Dirigi-me ao banheiro e tomei um banho para despertar-me da madorna que ainda tomava conta do meu corpo.
Após o banho, conduzi-me à copa e fiz o meu desjejum. Em seguida me despedi da esposa e fui para o ponto de ônibus a fim de ir para o meu trabalho.
Durante o percurso, fiquei a observar a paisagem, e simultaneamente me veio à mente como que Deus conseguiu criar aquela natureza tão bela, se com um toque do dedo ou com palavras. Independente da beleza natural que passava pelas minhas vistas, observei que alguns ambientes estavam totalmente depredados pela falta de conservação do homem.
As praias e o mar foram o que mais me chamou atenção diante da sua formosura. Sob o solavanco do ônibus, os meus pensamentos se multiplicavam procurando explicações quanto a tudo que se passava no meu caminho.
Pobreza, riqueza, depredação do patrimônio público, obras inacabadas do governo, crianças se dirigindo para o colégio, chefes de família indo para o trabalho, operários se dirigindo para suas construções, enfim, naquele momento eu percebia que estava ocorrendo o inicio de um novo dia.
Como seria este dia? Perguntei-me!
Todos os dias são repetitivos com relação a este trajeto. A ida ao trabalho é menos penoso do que a volta para o lar.
No percurso, tudo ocorre.
São discussões entre passageiros, são brigas com cobrador e motorista, são agressões físicas motivadas pela falta de paciência, é a superlotação dos ônibus, é a falta de respeito para com as pessoas idosas e o que é pior, cada um quer convencer de que estão certos e o seu oponente errado. Em suma, ninguém se entende.
E quando chegamos ao trabalho e nos dirigimos aos colegas, à primeira coisa que comumente fazemos é desejar um “bom dia”.
Há reciprocidade? Nem sempre.
Uns se acham tão importantes que ignoram a sua existência.
Outros estão tão desligados que a sua saudação nem foi percebido.
A partir daí inicia-se mais um ciclo na sua vida neste dia. O ciclo do trabalho.
A partir deste momento a responsabilidade, diante do patrão, toma conta do trabalhador. Analisamos as tarefas que serão executadas neste dia. Observamos que algumas destas tarefas dependem de outros para que sejam concluídas. As dificuldades no relacionamento profissional, quando bom, ótimo para conclusão do trabalho, quando ruim, barreiras são estendidas dificultando o inicio, meio e fim de uma tarefa. É neste momento que caímos na real. Começamos a perceber como difícil é relacionarmos com os nossos semelhantes. É neste momento que observamos que o homem vive em eterno conflito de interesses, e que, sobrepujar o semelhante é a melhor forma de conquistar um lugar de destaque na vida profissional. Deparamo-nos quase que constante com pessoas desta natureza. Se tivermos um bom jogo de cintura, conseguiremos superar as adversidades que pessoas como estas nos proporcionam.
As demais tarefas, por dependerem exclusivamente da nossa performance, no fim de um dia, teremos a certeza que todos os trabalhos serão concluídos com êxito.
As 08 ou 10 horas que convivemos com os nossos companheiros de trabalho, permite-nos a avaliar o quanto é necessário aprendermos a ser humilde e solidários para com os outros, pois, levamos mais tempo em nosso trabalho do que em nosso lar. O fim de um novo dia somente poderá ser considerado produtivo se tivermos a certeza de que conseguimos atingir nossos objetivos de forma transparente, saudável, honesto e com todas as tarefas devidamente concluídas, sem, em momento nenhum ter que se indispor com os seus companheiros de trabalho.
Ao retornarmos para casa, diante de todas as adversidades que passamos neste dia, devemos abrir o nosso coração para a nossa família e agradecer a Deus por termos conseguido retornar ao lar, com segurança e na certeza do dever cumprido.
Assim termina o nosso dia e que Deus nos abençoe.
Leonel Farias
Enviado por Leonel Farias em 19/11/2012
Reeditado em 04/05/2018
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