A velhice é uma merda!
A velhice é uma merda!
Meu pai dizia sempre, e aos que contestavam, ele arrematava "vais ver quando chegar lá!”. Todos achavam exagero (ele sempre foi um tanto exagerado) e não concordavam, é claro! Hoje (18/12/2012) leio o sensacional João Ubaldo Ribeiro na pag. 11 do jornal O Globo. O tema não é o mesmo, mas caminha na mesma direção: a nossa velhice.
O João fala sobre a sua capacidade de conviver sem um celular. Isto é um espanto! Uma repórter que foi entrevistá-lo recusou-se a acreditar! Ele diz “Ela ficou pensando que, na Bahia, celular tinha outro nome”... “ E desligou sem se conformar" . Ele então tece sua preocupação quanto às operações financeiras via celular dizendo que os bancos estão receosos "Nossa preocupação principal são os idosos e as pessoas de baixa instrução”. Diz ele que teremos uma nova classificação de deficientes cognitivos ou geroanalfabetos e que os mais velhos terão que fazer um curso especial para obter a “ Carteira Nacional de Movimentação Financeira para Idosos e Analfabetos”. Fala também do problema no mercado de trabalho: se o cidadão idoso trabalha mais (além do tempo de se aposentar) ele está tirando uma vaga de um jovem ávido para entrar no mercado de trabalho; por outro lado o sistema previdenciário não suporta mais os velhinhos que lá chegam para falir a nação... É complicado. Termina, genialmente o seu texto, dizendo (do amigo Zecamunista , quem defende a tese): nos EUA vão matar os velhinhos para fazer comida de cachorro, através de uma epidemia cirúrgica , e assim resolver o problema. Porém, no seu último encontro com o Zeca:
“
Zeca - Esqueça aquilo que eu falei, não vão mais armar o esquema de comida de cachorro.
João - Ah, eu sabia que era invenção, não iam fazer isso com os velhos.
Zeca – Não é por causa dos velhos não! É por causa dos cachorros! As sociedades protetoras de animais declaram que essa comida ia fazer mal aos cachorros e ameaçaram boicote.
“
Ou seja, a velhice é uma merda tão grande e fedida que nem prá BONZO a gente serve... Papai tinha razão!
Roberto Solano