O que fazer com as nossas emoções?
Percebi que apesar dos esforços para limpar mente e coração de sentimentos e emoções negativos, somos humanos e o sentir faz parte de nós, está em nós. Sentimentos dolorosos como culpa, raiva, tristeza, desilusão, inveja, ciúmes, desejo de vingança é inerente à raça humana. Por mais que trabalhamos essas emoções com orações e afirmações, quando menos esperamos nos acometem pelas esquinas da vida.
René Descartes em seu discurso sobre método afirmou:
“Pois é insuficiente ter o espírito bom, o mais importante é aplicá-lo bem. As maiores almas são capazes dos maiores vícios, como também das maiores virtudes, e os que só andam muito devagar podem avançar bem mais, se continuarem sempre pelo caminho reto, do que aqueles que correm e dele se afastam.”
Portanto, nada de pânico: devagar se vai melhorando. Como aplicar este espírito bom? Interpreto esse trecho como que o filósofo e matemático estava lendo a si mesmo, a sua época e tudo que nela tinha. O filósofo Sócrates incentivava o jovem da época a duvidar das respostas tidas como óbvias. Viu? Tem muita gente querendo ajudar. Gente do passado e gente do presente a exemplo de BOb Mendel, Louise Hey, etc.
As terapias obrigam-nos a desvendarmos a nós mesmos. Quando o fazemos desvendamos o ser humano a nossa volta. Consequentemente, aceitamos, compreendemos, e quem sabe... amamos.
As terapias de auto ajuda mostram o caminho do equilíbrio entre o ser e o que tem que ser.
Quem faz pode afirmar: sou gente e sinto, mas procuro ser alguém capaz de conviver em sociedade. No entanto, só consegue aquele que convive consigo mesmo de forma equilibrada: nem tão santo e nem tão pecador; apenas humano nos relacionamentos mais próximos – esses são os piores.
Temos nossos momentos de santidade quando perdoamos, abençoamos. Em algumas situações não é fácil. Temos também nossos momentos de pecador, quando, devido às mágoas, não conseguimos perdoar. E desejar o Bem é, humanamente, impossível naquela situação.
Para o perdão acontecer, Deus nos concedeu o tempo, junto a este nos deu a vontade, o bom senso, somado ao desconforto (estratégias divina) de tal sentimento a ponto de implorarmos libertação.
Mas existem muitos caminhos para curar, aliviar. Existem outros afazeres, outros sentimentos na busca de preencher a mente de quem foi ou se julga vítima de um falso, de uma injustiça, de um abuso.
A melhor opção é se livrar das más emoções, para tanto, aceitá-las primeiro, é essencial. Mas é difícil. Não basta falar, afirmar, orar, rezar. Se for assim, apenas mascara, esconde, para debaixo do tapete mental e emocional, a dor. Finge que está bem. Quando vem outra similar, as duas se juntam como imã. O que fazer?
Viver o dia, cantar, escrever, ler, bordar, contar piada, pintar, costurar, correr, fazer caridade, realizar visitas, ver novela, desenho animado, rasgar papel, esmurrar travesseiro,pular debaixo do chuveiro, tomar banho frio, assobiar, mandar muita gente "pros quinto dos infernos "– brincadeirinha, rsrsrs. Não dar para fazer tudo de uma vez, não tem habilidade para tanto? Procure um médico. Um calmante resolve.
Mas é interessante reconhecer a dor. Dar carteira de identidade para ela. Pintar, diante do espelho, a danada. Admitir que tá doendo, mas não queremos ser maus. Queremos viver, sonhar, escrever, rezar, fazer terapias, conversar com Deus. Recomeçar. Pode-se fazer tudo, ou parte dele, menos desistir. Não pode remoer, alimentar, centrar-se no que mais incomoda no momento. Faça uma obra de arte sobre sua dor. Não faço porque me falta talento. Mas faço outras coisas como escrever sobre... Pode sentir, porque não podemos fugir da maldita. Ela está aí, ainda bem que existem as medidas paliativas: escrever, chorar, procurar um profissional (não desabafe com a pessoa errada), ler-se a cada instante, estudar Descartes, Spinoza RSRSRS, voltar para faculdade. Vá procurar o que fazer. Depois a crise passa.
Às vezes sofremos antecipado, angustiamo-nos pelos maus sentimentos, pelos maus entendidos. Depois tudo se resolve, tudo se esclarece. O choro lava alma, os anjos levam até Deus e Ele atende as nossas preces. Principalmente aquela em que não houve maus entendidos, houve maldade, mesmo. A DOR passa, a FORTALEZA vem. Amém!
Estou me sentindo bem melhor agora! RSRSRSRSRSR
Luz Ribeiro 17 de novembro de 2011.