Sabe aqueles dias que a gente se procura e não se acha em lugar nenhum? Que o vazio, chega a ter peso dentro do peito e dói? É, o vazio pesa, contrariando todas as leis da física! E quanto mais vazio o coração fica, mais pesado ele é, e mais ele dói. Ando pela casa e não encontro pouso, tudo é tão quieto e tão arrumado, tudo no lugar,
nem um brinquedo caído no chão. Entro no quarto, cama vazia, lembro-me das noites em que o riso e pernas eram embaralhados, os lençóis sobre as nossas cabeças,
(era a casinha) dos nossos sonhos. Na sala de jantar, falta um prato na mesa, o buraco roído na barriga da noite, na cozinha falta o abraço por trás enquanto preparo algo pra saciar as almas famintas de pão e de beijos. No banheiro, a água cai triste, sem companhia; as costas reclamam ensaboadas, o espelho embaçado chora os corações que não desenho mais. Na sala, o sofá ficou comportado e assiste filme sozinho, as almofadas não brincam, as persianas não piscam mais. para nos proteger dos olhos vizinhos. No meu coração a paisagem é ainda mais desoladora. O amor encolhidinho num canto, cabeça baixa, sem entender nada... O carinho de braços cruzados,
o sangue caminhando nas veias. A saudade na janela que nunca mais viu o azul, A fé cansada, suspirando fundo, O sonho insone, gesticulando, gritando, tentando virar a mesa, chutar o pau da barraca, e que se danem os demais. Preciso encontrar meu lugar! Quero que meu sangue ferva, Quero amor sem pressa e sem hora, quero mesa pra dois, Beijo na nuca na escada rolante, Quero segredos derramados na orelha, Quero guerra de travesseiros, quero ombro no cinema, Quero mãos dadas na calçada, quero conversar até altas horas, Quero rir em parceria, quero dançar no tapete, Quero olho-no-olho, quero sinceridade, Quero confiança, quero entrega, quero pouso, despedir-me sem saber quando voltará depois, Quero apenas fazer falta!
Cássia Da Rovare
nem um brinquedo caído no chão. Entro no quarto, cama vazia, lembro-me das noites em que o riso e pernas eram embaralhados, os lençóis sobre as nossas cabeças,
(era a casinha) dos nossos sonhos. Na sala de jantar, falta um prato na mesa, o buraco roído na barriga da noite, na cozinha falta o abraço por trás enquanto preparo algo pra saciar as almas famintas de pão e de beijos. No banheiro, a água cai triste, sem companhia; as costas reclamam ensaboadas, o espelho embaçado chora os corações que não desenho mais. Na sala, o sofá ficou comportado e assiste filme sozinho, as almofadas não brincam, as persianas não piscam mais. para nos proteger dos olhos vizinhos. No meu coração a paisagem é ainda mais desoladora. O amor encolhidinho num canto, cabeça baixa, sem entender nada... O carinho de braços cruzados,
o sangue caminhando nas veias. A saudade na janela que nunca mais viu o azul, A fé cansada, suspirando fundo, O sonho insone, gesticulando, gritando, tentando virar a mesa, chutar o pau da barraca, e que se danem os demais. Preciso encontrar meu lugar! Quero que meu sangue ferva, Quero amor sem pressa e sem hora, quero mesa pra dois, Beijo na nuca na escada rolante, Quero segredos derramados na orelha, Quero guerra de travesseiros, quero ombro no cinema, Quero mãos dadas na calçada, quero conversar até altas horas, Quero rir em parceria, quero dançar no tapete, Quero olho-no-olho, quero sinceridade, Quero confiança, quero entrega, quero pouso, despedir-me sem saber quando voltará depois, Quero apenas fazer falta!
Cássia Da Rovare