O dia em que o crime passou na minha frente

Vejam vocês como a vida é injusta.

Como sabem os que me visitam, é, vocês três aí, eu estou quase virando celebridade. Tudo por causa do nosso trabalho no Censo das Pessoas Idosas aqui do nosso município. Pois é, já saí na capa dos jornais daqui, e até fui convidado a dar uma entrevista para uma emissora de televisão afiliada de uma das três grandes redes nacional.

Até aí, eu já comecei a me sentir uma celebridade. Já sonhava com "paparazzis" na porta, com fãs pedindo autógrafo, e até a sonhar com meus quinze minutos de fama, esperando convites para recepções, fotos com mulheres lindas e seminuas. Até ser entrevistado pela Sabrina Sato, nossa estrela local (ô bicho bão, sô).

Tudo acertado, convites feito para o prefeito, para a primeira-dama, para outras autoridades e uma professora de Educação Física juntamente com um grupo de idosas e idosos praticantes de atividades físicas, enfim, montado todo um complexo de pessoas para enriquecer a matéria, fui dormir embalado pela vaidade.

Bem, a manhã trouxe o sol, o dia estava lindo, acordei excitado pela perspectiva do evento, e puxaram meu tapete de ilusões.

A editoria do canal de televisão me liga, se desmancha em mil desculpas, pede para desmarcar tudo e avisar os participantes que, em razão de uma certa facção criminosa ter incendiado uma viatura num dos municípios da região, todo seu corpo de repórteres foi deslocado para atender a matriz da rede na capital, pois esse fato tem muito mais interesse jornalístico.

Moral da história:- como já me tinham avisado meus amigos Tom e Brad, além da Angelina, sempre muito simpática, vida de celebridade é dura e complexa, e eu descobri que não sou tão celebridade assim.

PCC 1 X eu 0.