Praça dos Excluídos.
Há alguns anos, caminhando por uma região dita nobre de BH, deparei –me com uma praça ocupada por moradores, dito de rua, numa fração de segundo veio em meu pensamento: Praça dos Excluídos, composto de homens, mulheres, inclusive de adolescentes e crianças. Sentei-me para descansar e vi cenas chocantes regadas de bebidas alcoólicas e quem sabe outras drogas. Ouvi discussão de uma senhora com um rapaz que bolinou sua filha de oito anos. Houve um momento que surgiu uma senhora de aparência abastada em direção a praça e ao perceber a presença dos miseráveis, pois alguns preconizavam abordá-la para esmolar alguns trocados,ela deu uma guinada de 90 graus e saiu fora da direção do infortúnio , quem sabe, mais por medo do que por insensibilidade. Foi quando um rapaz embriagado e maltrapilho, em tom irônico gritou a todo pulmão: “sai fora, a praça é nossa! “
Ao sair daquelas trágicas cenas uma turma de jovens de carrão passando por ali, colocaram a cabeça do lado de fora e gritaram alto e em bom som: “maloqueiroooooooooooooooooooos!” Era o capitalismo zombando de suas vítimas.
Hoje a praça não existe mais, virou rotatória para melhor fluir o trânsito dos carrões dos burgueses da região.
Nunca devemos invejar os ricos,mas questioná-los, salvando raríssimas exceções, a maioria nos discriminam . Odia-los não é um comportamento cristão.
Lair Estanislau Alve