A INDIGNAÇÃO E O ABSURDO

Triste fato é quando o ser humano vai perdendo o senso de indignação. No começo, quando nos deparamos com o absurdo, ele nos revolta, nos enoja e nos impulsiona à rejeição do ocorrido. Mas, então, o insistente absurdo se faz repetitivo e a cada repetição, reproduzimos a indignação. Entretanto, aos poucos, sem percebermos, vamos demonstrando sinais de desaceleração. Ele insiste um pouco mais, e nós nos indignamos um pouco menos. Insiste ainda, e nós caímos na vala do quase nada. Incessante, o absurdo não desiste, enquanto somos sucumbidos pelo revoltante que se fez comum. Afinal, não tem jeito mesmo, né? Assim sendo... Seja bem-vindo, Seo Absurdo. Pode entrar e faz de conta que a casa é sua. A Dona Indignação saiu e parece que não vai voltar.