Intelectualmente falando de intelectualidade*
*Mentira, não tem nada de intelectual aqui.
Sempre tive aquele humor amargo. Na verdade, ácido, porque geralmente destrói alguma coisa, como o interesse das pessoas em se relacionar comigo. Mas eu gosto do meu humor. E a sua consequência não é ruim. Não tenho mesmo muita paciência pra me relacionar com as pessoas. São poucas as que me interessam. E quando interessam, é porque elas realmente são interessantes. Mas, tudo o que disse até agora não quer dizer que me sinto mais importante ou mais inteligente. Pelo contrário. Pessoas intelectuais ou pseudo-intelectuais me incomodam.
Neste momento você deve estar pensando: mas uma garota que gosta de ler, de escrever e que faz letras, não é intelectual? Não, não sou. Aliás, nunca fui muito fã de literatura clássica nem tampouco de gramática. Gosto de alguns livros desconhecidos, geralmente amargos e detesto textos recheados de “cultismo”. Mais vale um texto interessante do que um bem escrito, propriamente falando.
Já reparou como as pessoas escrevem frases do tipo: “predigo que estás a redigir um texto descomedidamente airoso”? Soa bonito, interessante, mas você geralmente não entende ou fingi entender. Finalmente recorre a um dicionário e descobre que a frase significava apenas: “digo que está escrevendo um texto muito bonito”. Não teria sido mais simples, fácil e ficaria até mesmo mais “airoso” se a pessoa tivesse dito assim?
Não sou contra conhecer novas palavras nem tampouco em usá-las. Mas tudo em excesso estraga. Mais que isso: quer que seu texto seja lido ou descodificado? O que parece é que essas pessoas intelectuais (na maioria, pseudo-intelectuais), querem escrever um texto para elas mesmas ou, no máximo, para seu círculo de amigos intelectuais que, convenhamos, são um saco.
Pessoas que se acham extremamente inteligentes, que não cometem nenhum erro ortográfico ou mesmo fonológico (ou pelo menos acreditam nisso); pessoas que acreditam saber muito bem de todos os assuntos e se gabam por isso, um conselho: vocês não são legais se mostrando desse jeito. São um pé no saco! Novamente digo: não sou contra o conhecimento, pelo contrário. Mas, vamos ser francos: ninguém possui muito conhecimento sobre tudo e, mesmo que possuísse... Não estou a fim de saber.
Enfim, se você é desse tipo, principalmente pseudo-intelectual, por favor, mude. Do contrário, não fale comigo. Melhor, finja que não existo. Você estará contribuindo para o bem estar de uma pessoa. Aliás, de muitas pessoas.
Grata.
PS.: Ao final do texto, fiquei na dúvida se era pseudo-intelectual ou pseudointelectual. Pesquisando sobre o novo acordo, descobri que é pseudointelectual. Portanto, se não quiser desconsiderar meu erro, tudo bem. Odeio mesmo esse novo acordo ortográfico. Grande obra intelectual... Ou seria pseudo-intelectual?
(18 de Janeiro de 2012)