MÁGOA.
O que mais vale na vida, a paz ou o conflito interior?
Esse comando é imanente ao traço eletivo de cada ser humano, mas a opção traz sequelas ou benesses.
Ninguém pode nem deve, em nome do respeito a si mesmo, viver e conviver com conflitos chegados dos tratamentos indevidos, da ausência de saciedade da conduta mínima que aclara posições, mas sacrificará sua própria paz armazenado o desconforto da chaga que envolve a mágoa.
O que se foi ontem não repete o hoje, o tempo passa trazendo reformas que mudam exterioridades e interioridades.
Comparem hoje o que se foi ontem e verão que algo mudou. Na comparação do que fomos com o que somos assomam a melhoria desse estado ou a piora dos reflexos do que se viveu.
Ninguém caminha no tempo em vão...só o tempo é soberano.
A mágoa resseca, esvazia, rompe, vulnera, torna quebradiça a vontade de ser o que se é, expulsa a franqueza e sepulta a verdade de si mesmo, pois se esconde no silêncio que queria ser verbo.
Não se tapa a boca quando a queixa quer ser presente, não se cava o poço quando água não se encontrará.
A fonte seca é como a mágoa não renunciada, nada acrescenta, não vive extensões maiores, não consagra alegria, faz a fuga da felicidade, se retrai na escuridão do silêncio, está destinada a morrer em corpo e matar em sentimento.
Quem mais é, é o que mais pode, pois tem seus sentimentos dominados pela compreensão. Alguns desvanecidos enganam-se no cuidar do que fazem mais do que devem, sem a preocupação de zelar pela verbiagem.
O sol e as estrelas estão sempre a servir, com utilidade, mas o todo é o universo, e nada lhes pede, apenas que continuem a compor o cosmos, sem conflitos, em paz.