Na minha vez, não foi assim que eu fiz
Uma familia africana sequestrou uma família portuguesa e a colocou em seu barco, deu-lhe catres almofadados, sem nenhuma ameaça.
Antes das refeições e de se deitarem, em cultos diferenciados louvavam seus respectivos deuses, além de respeitarem seus cardápios.
Os negros andavam nus e descalços e os europeus a caráter; revezaram-se nos remos, trocando informações na forma de se localizarem no tempo e no espaço.
Não houve miscigenação, não houve olhares cúpidos; os trabalhos pesados e os frutos eram igualmente divididos
A mandioca se fez o prato dos dois, sem nunca ter sido o alimento básico nem do negro nem do luso, isto se fez um pouco confuso.
O fado e o kuduro em confraternizações das famílias, também se confraternizaram, sem nunca um ter tirado do outro a essência da sua cultura, o espírito mandava apenas dançar.
Quando a saudade bateu no peito quiseram voltar para os seus lares: o negro para sua casa, o luso agora sabendo como deveria redescobrir Portugal