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        Observando as publicações no facebook, dá pra perceber bem a fome alucinada de aceitação. Dá pra traçar direitinho o perfil do usuário. Ainda que este queira falsificar uma imagem, cedo ou tarde, entre uma ou outra postagem, em algum comentário, até em um simples curtir, pode-se obter a chave da situação atual da pessoa. O que ela está pensando, vivendo, sentindo naquele momento. Existem, aos montes, os narcisistas com suas fotos impagáveis de perfil, sendo trocadas freneticamente, em busca do sucesso total! Existem os sedutores, os revoltados, os preconceituosos que tentam se disfarçar, mas acabam se entregando ao curtir ou não, determinada publicação, no mural do amigo...
         Claro, que todos querem passar a melhor imagem possível, isto é até louvável. Mas, tirando por mim, obviamente, eu queria ser beeeeeeeeeeem melhor do que sou, ou estou. Entretanto, penso que a sinceridade, a corajosa honestidade seja o melhor caminho para a evolução pessoal. A imagem é consequência do que se trás por dentro. Não adianta querer forçar um estágio, em que não se está. As pessoas percebem! Podem até não comentar, mas, percebem. E, o pior, é que isto demonstra uma fragilidade extrema na personalidade, que por não se aceitar (esmagadora maioria) tenta passar algo diferente de seu pulso.
         Sempre fui escancarado. Nunca guardei cartas na manga. Talvez, por estar sempre gesticulando, empenhado em dar o recado que entendia por meu, no período. O fato é que com esta mesma sinceridade, fui trocando de pensamento, de crenças, de caminhos, até de amigos... Afinal, demorei, mas, compreendi: ninguém tem obrigação de acompanhar minha jornada desenfreada em busca de esclarecimentos que me levem às cercanias da felicidade.
         Poucos fatores permanecem até hoje. Ainda assim, a maioria deles transmutados. A arte e o amor são os mais fortes. Nem sempre foi nesta ordem. Mas, a visão dos dois mudou demais. Antigamente, até bem pouco tempo, o que me interessava era estar no palco cantando, ou interpretando, além de estar muitíssimo bem acompanhado. Acreditava piamente, que era esta e somente esta a formatação possível para minha vida.
         Não estava de todo errado. Porém o enquadramento, hoje, é bem outro. Até estou voltando ao palco, mas com uma proposta totalmente diferente. Antes, queria mostrar, provar, meu talento, minha capacidade de interpretar. Agora não. Tenho um recado a dar. O importante, neste instante é o que eu vou dizer. Até porque não tenho mais qualquer ilusão de carreira. Meu desejo é de ser compreendido, porque acredito possuir algumas considerações interessantes para minimizar o sofrimento, a frieza, a apatia, que as pessoas estão vivenciando, "alienatoriamente". Como se não tivessem outra opção. Como se a vida “fosse mesmo assim”. Estou seguro que não é. Não quer ser. Não tem que ser. Há uma afeição grandiosa pronta para abraçar a todos, totalmente disponível, pedindo apenas, que a reconheçamos, que a encaremos para saboreá-la trazendo o paraíso à Terra.
         Quanto ao romance: de tanto amar, fui expandindo a capacidade de me afeiçoar, até, por fim, entrega-la, devotá-la ao Universo!
 
 
 
 
Música indicada:




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Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 16/11/2012
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