Terrorismo em São Paulo


 
"Evitar os impostos é a única atividade que atualmente contém alguma recompensa." (John Maynard Keynes)

Há meses, o Brasil convive com o acirramento da criminalidade em ações violentas com execuções sumárias e atentados à polícia. A população vive sob o jugo do medo, oprimida pelo toque de recolher imposto pelo PCC em SP.
Não é novidade. Há uma década, ações isoladas e muito boato bastaram para que traficantes parassem o Rio, fechando comércios, escolas e hospitais. No ano seguinte foram incendiados 40 ônibus, também na capital carioca, em reação a um aumento das operações de repressão ao tráfico. Em 2005, em represália à execução de um traficante, ocorrida dias antes, bandidos incendiaram um ônibus lotado em Brás de Pina, deixando cinco mortos e vários feridos.
No mesmo ano, às vésperas do Natal, camelôs explodiram uma bomba em plena 25 de Março, ferindo 15 pessoas, em retaliação ao aumento da fiscalização anti-pirataria.
Se a ação dos bandidos, naquela época, era uma reação ao recrudecimento da repressão do Estado sobre o crime organizado, hoje, o que se observa é a proatividade deles, que matam policiais como forma de impor o medo à corporação.
A antropóloga Alba Zaluar não classifica esses atos como terrorismo, já que prescindem de um ideal. Eu, que mal ou mal, entendo é de palavras, pergunto: que outro nome dar ao ato de impor terror?
Políticos de ambas as facções, opa!, de ambos os partidos que disputaram a prefeitura de SP respondem: "oportunidade".
Petistas culpam a letargia de Alckmin, acusam a imprensa de omissão e afirmam que o prefeito recusou apoio Federal, para não passar recibo de incompetente antes do pleito.
Tucanos questionam os números e queixam-se da pirotecnia petista para inviabilizar a eleição de Serra.
Haddad venceu. É a solução no primeiro caso ou só a confirmação do segundo?
Enquanto o poder público fica batendo cabeça, a bandidagem vai merecendo prêmios pela excelência de sua gestão. Já estão até expandindo as operações em SC!
O fato é: o crime compensa. Não há deveres na ilegalidade. Nada de impostos, INMETRO, IBAMA, CLT, Sindicado e o escambau.
Taí. Proposta para acabar com o crime: legalizar.
Aí, sim! Eles iam saber o que é tocar o terror.




Crônica publicada no Jornal Alô Brasília em 16/11/2012.