03:05h: Outras Teses

De tanto passar a noite examinando teses estou criando algumas. O tempo tem mostrado aquilo que já foi visto pela bela -- e velha -- idade: a beleza é algo relativo e não necessariamente fundamental.

Quando gastamos tempo em demasia preocupado com o fora, algo dentro não está certo. Não é de beleza que se vive a carne. Não é da imagem que se sustenta o humano.

O tempo desmoraliza tudo, até a beleza exterior, que outrora não haverá mais. E a partir daí, onde ficará o amor? Ora, se o amor for apenas á estética procure logo um manequim vitrinista ou um cirurgião plástico.

Ah, sim, devo falar do amor. Uma carga completamente pesada, cheia de culpas e compromissos. É, o amor é cheio de compromissos. Se você ama seu animal, você irá ter de alimentar para vê-lo latir. Ama sua família e deverá se sujeitar as regrinhas de convivência. Até pra amar é preciso se amar primeiro. E infelizmente, amar pra sempre.

Mesmo que nada seja pra sempre. A verdade é que "pra sempre" não existe. Não se conjuga. Ninguém nunca foi tão longe para afirmar a sua existência, e, se aproximou-se, pirou completamente. Porque o pra sempre é assustador.

A única coisa que resta do pra sempre é a leitura. Tudo é baseado na leitura. Se você leu o bastante, viveu o dobro, uns 200 anos. Se você passou a vida sem ler, o futuro será ler suas próprias bulas de remédio.

E por falar em remédio, há quanto tempo não me curo do vício de criar teses.

Lucas Madí
Enviado por Lucas Madí em 15/11/2012
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