PARALISIA DE MUDANÇAS OU A SÍNDROME DE GABRIELA

"Casou comigo porque quis. Já sabia que eu era assim" - Muitos relacionamentos conjugais têm sido marcados negativamente, com frases como essas, que servem como muletas para quem sofre de paralisia de mudanças. Gente que faz parte do grupo que sofre da Síndrome de Gabriela: "Eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim. Gabriela, sempre Gabriela". Afinal, quem foi que disse que nós estamos e somos prontos e acabados? Aqui, eu gosto de pensar na estrutura da conjugação dos verbos da língua grega, que, no presente do indicativo ativo, por exemplo, do verbo "ser", fica impressa a continuidade e não a estagnação. Ou seja, ao invés do "eu sou", a ideia é de "eu estou sendo". Gosto disso, pois, eu estou sendo agora, mas, daqui a pouco, posso não ser mais. Mudei. Significa que não sou um produto final de mim mesmo. Posso ser cada vez, melhor. Posso mudar. Posso ser um pai melhor, um marido melhor, um empregado melhor, um patrão melhor, um cristão melhor, enfim. Ai daqueles que fecham-se para as possibilidades de mudanças. Daqueles que tapam os ouvidos para as palavras de Paulo, quando diz: "E não sede conformados com este mundo, mas, sede transformados pela renovação do vosso entendimento". Isso não significa ser volúvel, ao contrário, significa ser aberto às possibilidades de grandes ou pequenas transformações que farão a diferença entre a vara que enverga e cede, para ganhar, e a vara que resiste e quebra, porquanto, dura e inflexível.