O VELHO GRUPO

Hoje estive no Museu de Santo André, chamado Dr. Octaviano Armando Gaiarsa. Está sediado à rua Senador Flaquer, onde funcionou o Primeiro Grupo Escolar, o Prof. José Augusto de Azevedo Antunes.

É que estava programada uma entrevista para um canal de televisão do ABC, tendo como assunto o lançamento do meu segundo livro de crônicas Como Se Fosse Hoje...!

A produção da entrevista havia me solicitado a escolha de um local para a mesma. De pronto escolhi esse. Não teria outro melhor! Ali repousa, hoje, grande parte da história da cidade, e esse meu livro, como o primeiro, Um Passado Sempre Presente, nada mais é do que parte da memória de Santo André.

Cheguei um pouco antes da hora marcada, como é de meu feitio (fruto dos anos de internato), e, havendo um atraso do pessoal da TV, sentei-me em um banco do jardim, e recordei de certas cenas vividas naqueles anos entre 1946 e 1950.

Apenas informo que, depois de terminado o curso primário ali, era a segunda vez que retornava a esse local.

Lembrei-me do Seu Gabriel, o inspetor de aluno. Rigoroso, reprimia, com energia, as estripulias praticadas pelos alunos. Conseguia manter a disciplina que o local exigia. Porém, era odiado por todos nós. Vi, em minha frente, a Dona Ditinha, magrinha, muito simpática. Era a servente da escola. Também, vi o dentista, que não me recordo o nome. Ficava numa sala, ao lado da construção principal. Como sofria, com aquele motorzinho fazendo zizizizizihhh em minha boca. Lembrei-me de um aluno em especial, o Severino, cabelo de fogo, sardento, um tanto gordo, e que possuía um defeito em ambas as pernas, fazendo com que se locomovesse com os joelhos meio dobrados. Até certo ponto violento, não aceitando brincadeiras. Por isso, era respeitado.

Localizei as salas que frequentei.

Lembrei-me de Dona Isaura, no segundo ano, e do prêmio que me deu pelo bom desempenho durante o ano letivo, uma xícara de chá

muito bonita! De Dona Penha, mãe do Fernão, nosso colega de classe, professora do quarto e último ano, com quem obtivemos o diploma.

Foram momentos de intensa nostalgia, trazendo-me indeléveis lembranças!

Parecia que estava sonhando, quando fui trazido à realidade, pela chegada da equipe de filmagem.

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 14/11/2012
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