Decisão

                                Não acredito em escritores que não sejam ativistas polítos.
                                                                                                                

                                  
 
            Desde bem antes do julgamento dos envolvidos no mensalão, tenho repetido que muitos réus sofreriam recolhimento em estabelecimentos penais, tal a gravidade dos fatos cometidos.
            Quase ninguém acreditava.  Que seriam condenados, o fato era aceito.  Que cumpririam pena duvidavam.
            Hoje, 12 de novembro de 2012, o líder máximo de toda a trama, José Dirceu, foi condenado a dez anos e dez meses de reclusão.  Ou seja, vai cumprir pena, pois a legislação penal brasileira prevê que os sentenciados a oito ou mais anos de prisão cumpram pena em regime fechado.  Em penitenciárias.  Este é o destino de Dirceu, Delúbio e outros, ficando ausente o ex-chefe do Executivo, mas que ainda corre risco de ser apanhado.  Não viu nem mesmo a condenação do amigo, conforme declarou à imprensa.
            Por formação, não me alegro com desgraças alheias.  Nem mesmo com as de traidores do povo.  Que ninguém se iluda.  Não estou rindo, muito menos festejando a futura ida destes condenados para presídios, situação que não desejo para mim, e, portanto, para outrem.  Mas acho injusto Lula ficar fora.  Não acredito, como muitos, que ele tenha comandado tudo, e inventado a trama.  É burro demais para isto.  O chefe foi mesmo Dirceu, que insiste em protestar inocência.  Aqui não me conformo.  Todo o país sabe da sua culpa, e ele a nega?  São provas demais na ação penal 470, examinadas por quem fez da vida o ofício de julgar.  Mais.  O Supremo não erra.  Quando percebe que pode incidir em engano, para, analisa e toma a decisão certa, através dos seus ministros.
            Talvez o alcance da decisão chegue bem mais distante.  A capital paulista está sofrendo diariamente uma série de crimes que envolvem sangue, operação tipicamente orquestrada e dirigida.  Vai haver um basta, no meu entender.  O exemplo foi dado, e convém ser seguido.  Não só lá, mas em todos os lugares onde se cometem crimes na maior impunidade neste país.
            Chega!  O povo ordeiro não suporta mais tanta ofensa, descaramento e cinismo.
Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 13/11/2012
Reeditado em 13/11/2012
Código do texto: T3983505
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