" Deus não seja louvado"

O Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública nesta segunda-feira (12) em que pede que as novas cédulas de real passem a ser impressas sem a expressão "Deus seja louvado". O pedido, feito pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, diz que a existência da frase nas notas fere os princípios de laicidade do Estado e de liberdade religiosa.

"A manutenção da expressão 'Deus seja louvado' [...] configura uma predileção pelas religiões adoradoras de Deus como divindade suprema, fato que, sem dúvida, impede a coexistência em condições igualitárias de todas as religiões cultuadas em solo brasileiro", afirma trecho da ação, assinada pelo procurador Jefferson Aparecido Dias.

"Imaginemos a cédula de real com as seguintes expressões: 'Alá seja louvado', 'Buda seja louvado', 'Salve Oxossi', 'Salve Lord Ganesha', 'Deus não existe'. Com certeza haveria agitação na sociedade brasileira em razão do constrangimento sofrido pelos cidadãos crentes em Deus" ( folha de São Paulo)

Quem disse que estamos ao Deus dará, ( ops ) preciso fazer uma abordagem laica; digo, que disse que não temos gente preparada e atenta, vigilante em defesa de nossos interesses? O Ministério Público, e a Procuradoria estão de olho, nada temos que temer.

Desde 1986 estamos sendo prejudicados por essa “imposição religiosa” mas a farra vai acabar.

Ora, o termo Deus, é genérico e serve para todas as religiões, exceto o ateísmo. Bem sabemos que o estado é laico, ( a mim parece omisso, pois, se ensinasse a Palavra de Deus nos colégios com a mesma ênfase que dá à teoria da evolução, certamente o nível de enfermidades, vícios e crimes, seria bem menor) mas, isso enfrentaria forte oposição, nem adianta tentar.

Outro dia eram os símbolos religiosos nos locais públicos que incomodavam; alguns milhares de municípios e logradouros têm nomes oriundos da religião, precisamos rever isso também. Já pensou o desconforto de um muçulmano, budista, ou ateu, ter que morar numa cidade chamada, São Paulo?

Certo é que, Deus não é honrado com palavras, sejam ditas, sejam escritas, o Deus da Bíblia, pelo menos. Entretanto, em pesquisa da Revista Veja do século passado 98 % dos brasileiros afirmavam crer em Deus. Mesmo os americanos com seus símbolos ocultistas na cédula de Dollar, trazem escrito: “In God we Trust” Confiamos em Deus.

Acontece que, colocar Buda, Alá, Oxóssi, ou Ganesha, seria sem sentido em nosso país, dada a ínfima representatividade desses nomes próprios de divindades, que identificam crenças específicas.

"O Estado, por não ser ateu, anticlerical ou antirreligioso, pode legitimamente fazer referência à existência de uma entidade superior, de uma divindade, desde que, assim agindo, não faça alusão a uma específica doutrina religiosa", diz o parecer do BC.” ( ibidem)

Se não há transgressão alguma do Estado, a quem está incomodando isso?

Bem sabemos que pleitos recentes do estado laico, como aprovação do Aborto e do kit gay nos colégios sofreu barreiras justamente dos religiosos, e isso soa muito mais a revanchismo de meia dúzia de interesses contrariados, que, defesa dos direitos dos cidadão.

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Mas, se a Procuradoria e o Ministério Público querem mesmo mostrar serviço, deveria arregaçar as mangas combatendo descalabros na educação, pois no nordeste tem gente que estuda a céu aberto por falta de escolas; Deveria cobrar melhorias na saúde e diminuição do tempo para as consultas e o fim das filas de enfermos; o fim da fogueira das vaidades que impede o trabalho em conjunto das forças policiais, par melhorar a segurança nas cidades, enfim, teria muito que fazer.

O Estado não é um monstro que nos tem; é um pacto que nós temos, baseado no bem comum e o interesse prioritário, da maioria.

Se essa meia dúzia de desocupados não tem algo deveras útil para fazer, recolha-se à sua inutilidade, afinal, nós os pagamos para isso, infelizmente, mais uma falha do Estado.