Scott Fitzgerald e a Cadeira do Diabo

Tirei o ultimo sábado para desacelerar meu sistema nervoso social. Tranquei-me no quarto e pedi a todos que se esquecesse de mim. Meu cachorro latiu querendo brincar com sua bolinha azul mas fingi que estava dormindo. A chuva caindo fina no inicio foi inspirador, já que eu estava nos últimos capítulos de “Suave é a noite” de Scott Fitzgerald. A chuva continuou mansa até o momento em que um cano da casa do vizinho começou a despejar o que sua laje acolhera desta chuva fina. Meu ódio pela mudança de personalidade de Dick Divers, pela sua falta de postura e tratamento a Nicole se transferiu para o mundo real do barulho que a fina chuva provocava na sua queda do cano. Abri a janela e desejei estar com uma dinamite em mãos, lançar sem piedade para que pedaços daquele cano inescrupuloso voassem pelos ares.Porém o mais destrutivo que via por ali era meu contra-cheque que usava como marcador de páginas. Fechei a janela e me levantei com o coração pulsando palavrões, tomei um copo d’agua e resolvi ver um filme; “A cadeira do Diabo” do Diretor Adam Mason estava ali desde a sexta então adentrei ao mistério que a Sinopse prometia. Preparei meu espírito e convergi minha mente para aceitar o medo. Durante aproximadamente 90 minutos fiquei olhando para aquilo sem saber realmente o que queriam dizer, olha que costumo fazer algumas criticas para o cinema sobre coisas mais complexas. Só a que “A cadeira do diabo” não permitiu que meu cérebro andasse, até que no final Nick me deu ainda mais motivos para detestar aquela algazarra da água no quintal vizinho. Pois simplesmente matou todo mundo com um machado que não estava em cena. E para concluir deu um longo beijo na sua imaginação antes de partir no carro preto de propriedade do Professor que era também o diabo. Mas o sábado tinha mais oxigênio para respirar e ignorei aquela água sem termos, mesmo que razão nenhuma eu tinha para preocupar-me com o quintal dos outros, decidi voltar a França dos anos 20 e continuar assistindo a decadência do Dr Diver, que após saber da traição de Nicole não lhe restou alternativa senão voltar para os Estados Unidos e recomeçar sua vida. Senti naquele final que Nicole mesmo se casando com Tony ainda gostava do ex-marido.