Valores que aprendi!
Valores afinal? Do que se trata o verbo valorizar ou o substantivo valor ou ainda os seus plurais?
Apesar de me aproximar da casa dos trinta anos, sinto que vivi muita coisa e espero viver muita coisa ainda, se assim Deus me permitir.
Estas palavras, tão significativas para a maioria, tratadas apenas como sendo algo palpável, contado, sujo, necessário, enfim, essencial, é simplesmente taxada mundialmente como dinheiro. Mas não é esse valorizar ou esse valor que quero dizer, não! É o valorizar do ser, do outro, do sentimento, o valor da educação, o valor que se tem para conquistar o dinheiro e não o valor do dinheiro, o valor do cumprimento e do sorriso, é disso que falo.
Estou em meio à uma geração ou às gerações que, ao meu ver, se esqueceram que bons modos, machucam, ferem, são caretas, escandalizam, ou seja, são invalidados pela malcriadez de indivíduos que entendem que são, por si só, sapientes de tudo e todos e que, cumprimentos, sentimentos e discernimento, são, apenas, "carolagens".
Até o presente, posso dizer, aprendi, graças ao meu bom Deus e minha mãe que fora e ainda é também, meu pai (in memoriam), que valorizar o meu próximo, não me custa nada e me traz benefícios, pois gentileza gera gentileza.
Aprendi, que valorizar o sentimento próprio e também o alheio, faz bem, assim se diz: "Mente sã, corpo são!" E assim o é. O próprio radical da palavra já o diz, "senti", ou seja, sentir, ter consigo algo que lhe faça, lhe remeta à reflexão daquilo, se próprio ou de outrem e, contextualizar aquilo e assimilar a circunstância para então, assim, poder dar o veredito, consolar ou criticar.
Aprendi, que educação, é berço sim senhor e que, escola, é, em sua essência, formadora de opinião, não de caráter, pois o mesmo se forma, no berço, no lar. O ensino qual o conhecemos, é sim, posso dizer, co-autor do caráter de um indivíduo, mas este, na sua inteireza, se forma, digo, se concretiza, no berço. Há tempos, recebi de minha mãe, um ultimato: "Ou parava de respondê-la ou esbofeteava-me a face!". E não faço apologias ao uso da ou de violência, insistentemente eu a respondi e tive minha sentença concretizada e nunca mais o fiz. Porém, há tempos, também pude assistir, um professor fazendo tal minha mãe o fez, não deu outra, outra sentença concretizada mas, para meu espanto e de muitos, ouve revide e acabou por estampar noticiários, enfim, apenas exemplifico que, o respeito, digno e temerário do indivíduo, no berço, é, muito mais preciso, necessário, do que o formal. Já pude contemplar com meus ouvidos, relatos, histórias, em que outrora, nos tempos em que haviam "homens de palavras", que a escola era formadora de caráter, porém, digo, era, pois, os valores, já não são os mesmos, em que o aluno perdia nota e os pais, o criticavam e o questionavam os porquês de tal vergonha e os impunham castigos, dos mais diversos e novamente digo, não apologizo a violência. Hoje, não só o índice de alunos abaixo das médias aumentaram, como os pais, já não questionam seus filhos, vão aos professores e os criticam, os ofendem e até pedem, demissões destes. Triste condição que já vi e já vivi.
Aprendi, que respeito, é, obrigatório, seja a quem e para quem for. Quantos de nós já presenciaram situações, em que, de uso de transportes coletivos ou serviços bancários, jovens, trabalhadores, pessoas que gozam de boa saúde, não cedem seus lugares à gestantes, idosos, portadores de necessidades especiais e não deficientes físicos pois, deficiente é nosso julgamento, sendo que estes, tem, por lei e principalmente, por respeito, o direito de serem atendidos e amparados? Que valor é esse, que importa apenas, onde estou, onde vou, o que fiz? Onde está o ser, o humano, o cidadão que julgamos ter nos formado? Certamente, há, dentre quem lê minhas linhas e discordam e com razão, pois isso é o correto. Parlamentar para uma decisão, coesa e democrática, porque ninguém tem, por si só, a razão absoluta.
Vi, ainda, uma mulher que, aparenta ter entre 40 e 50 anos de idade, solteira, ser chamada respeitosamente por mim de senhora e, para meu espanto, ser taxativamente criticado e coagido a chamá-la apenas por seu nome. Vejo que, há em meio ao povo, certa restrição aos bons costumes. Não vejo razão para tal repúdio, sendo que, recebi como ordenança, de berço, que respeito aos mais velhos, quer sejam solteiros, casados, jovens, velhos, homens ou mulheres, serem tradados por senhor ou senhora, apenas pela ideia que, sendo mais velho, detém mais experiência, portanto teria esse tratamento dedicado.
Aprendi, que dinheiro é muito bom, mas que o seu valor é muito melhor. Quantos amigos pude ver, em gastanças desenfreadas, das finanças de seus pais, pois, não se importavam com o quão sacrificado era para consegui-lo. Vi vidas ruírem por tais comportamentos, enraizados nos comportamentos juvenis e transportados para a fase adulta, se transformando em casas de vidros, onde a menor das pedras, faria um enorme estrago nas belas fachadas. O dinheiro é por si só, venenoso, traiçoeiro, viral e viciante, logo, tem que se entender o seu valor, não qual o valor de quanto dinheiro, para bom entendedor, a história da formiga e da cigarra basta.
Aprendi ainda, que tenho muito o que aprender, que quanto mais aprendo, menos eu sei e que, quando for velho, poderei olhar para trás com orgulho e dizer que foi longo o caminho, árduo e suado e que tudo o que aprendi, é pouco perto do que há para se aprender.
Aprendizado é, sentimento, esforço, amor e, talvez, um pouco de sorte!