Andanças pela Amazônia
Eu quase nunca escrevo sobre mim, mas na última semana passei por uma situação bastante diferente, o que me levou a querer partilhar com outras pessoas.
Tudo começou cerca de 20 dias atrás quando recebi um telefonema de um Prefeito me convidando para dar uma palestra num evento que seria realizado em sua cidade. Assim, na data do compromisso me dirigi bem cedo para o porto aonde deveria encontrar o piloto da lancha que me levaria até a cidade do evento.
Aqui na Amazônia é assim, quase não existem estradas e são os barcos e lanchas que fazem o papel dos carros. Os rios são o caminho mais comum de ligação das cidades e vilas no interior da maior floresta tropical do mundo.
Fazer uma viagem de barco tem muitos atrativos. Em geral são viagens calmas e a beleza da paisagem oferece uma ótima oportunidade para relaxar e bater lindas fotos. Contudo, em algumas situações acontecem imprevistos também.
Num determinado trecho do caminho a lancha se chocou com algum objeto que estava submerso, causando um barulho forte e um grande solavanco. Com a batida a velocidade da lancha reduziu drasticamente e um ruído estranho demonstrava que a hélice tinha se danificado na colisão.
A tranquilidade da viagem deixou lugar a um clima tenso, pois fui informado pelo piloto que ele iria mudar o percurso para procurar um local aonde pudesse providenciar o conserto da embarcação. Assim, saímos do rio maior e seguimos por um rio mais estreito e sinuoso. A lancha estava andando muito lentamente e o ruído do motor era bem alto. Foi nesse momento que o piloto conduziu a lancha para a casa de um morador das margens daquele rio e pediu-me para descer e aguardar ali enquanto ele se dirigia ao local aonde providenciaria o conserto da lancha.
Eu lhe indaguei: “Mas você conhece essas pessoas ??? É seguro chegar assim na casa de alguém ??? Quanto tempo você vai demorar ???”
“Não se preocupe, as pessoas aqui estão acostumadas a receber visitas. O povo é tranquilo. Fica aí que eu volto logo pra te buscar”, respondeu o piloto, fazendo gestos rápidos indicando que eu deveria descer logo da lancha.
De um momento pro outro, aquela viagem deixou de ser um passeio gostoso para se transformar numa situação tensa.
Na Amazônia as casas são construídas perto da margem dos rios e ficam suspensas alguns metros acima do solo, com objetivo de evitar as enchentes constantes que acontecem durante o ano. Por causa dessa variação do nível da agua do rio quase todas as casas tem na frente uma longa passarela de madeira que serve para acesso de embarcações.
Curiosamente, logo que desci na passarela em frente dessa casa fui recebido por uma criança, um menino bem falante, que se aproximou, estendeu a mão para me cumprimentar e logo questionou meu nome e de onde eu vinha. Assim que lhe respondi essas duas perguntas, na mesma velocidade que havia aparecido ele saiu correndo para dentro de casa.
Eu fiquei ali ainda atônito, aguardando algum sinal e poucos instantes depois ele retornou me convidando a entrar na casa. Eu fui me aproximando devagar e ao entrar na casa me deparei com um homem deitado numa rede, balançando lentamente de um lado pro outro.
Eu me apresentei a ele, disse quem eu era, de onde vinha e que estava ali por causa do imprevisto da viagem, e que precisava aguardar o retorno do piloto da lancha. Enquanto eu falava o morador não expressava nenhuma reação, só ficava deitado tranquilamente na rede, balançando lentamente de um lado pro outro. Eu entrei na casa, me apresentei, e da mesma forma que o homem estava ele continuou. Somente após alguns instantes ele fez um gesto com a cabeça acenando para que eu sentasse numa cadeira no canto da sala.
Mal acabei de sentar na cadeira e levei um susto grande com um grito que o homem deu: “Minha filha, traz um café pra visita !!!” E sem ter tempo de me recuperar do susto já tinha a minha frente uma simpática garotinha com um copo de café na mão.
O olhar cativante daquela garotinha mostrava-me certa receptividade. Eu peguei o copo de café que estava esfumaçando e tomei um rápido gole. Ela sorriu e foi novamente para a cozinha da casa. À medida que o líquido quente descia até o estômago comecei a sentir uma sensação boa, e depois de mais um gole de café me senti a vontade para iniciar uma conversa. “A vida aqui é tranquila, não é ???”, eu questionei ao homem na rede. E ele só respondeu com um simples “sim”.
E eu prossegui, perguntando: “Quanto tempo você mora aqui ???”
“Tem pouco tempo”, respondeu ele. E continuou, dizendo: “Essa casa é bem nova. Eu moro aqui tem uns três meses. Antes eu morava ali perto. Essa casa eu ganhei do Governo. Foi o INCRA que me deu essa casa, sem precisar pagar nada.”
“Puxa, que bom !!! Ganhar uma casa nova é algo muito bom”, exclamei de surpresa.
“É verdade”, completou o morador. E fazendo um gesto com a cabeça, acenou para que eu olhasse para um motor no canto da sala. “Olha aí esse motor novo que eu ganhei. É um gerador de energia, pra gente acender a luz, pra fazer a geladeira funcionar, usar a bomba d'água. Olha também esse rádio aqui. É um rádio de primeira”. E mostrou orgulhoso um aparelho que estava com ele na rede. “Essas coisas e mais algumas outras que estão lá dentro eu ganhei. Tudo isso eu ganhei com o Crédito Apoio. O Governo criou esse Crédito Apoio para melhorar a nossa vida.”
“De um tempo pra cá as coisas melhoraram muito. Depois que o governo passou ajudar nóis a vida da gente melhorou muito”, disse com um grande sorriso no rosto.
“O senhor faz o que ??? Qual a sua profissão ???”, indaguei.
“Eu sou pescador. Eu faço parte da Colônia de Pesca”, ele respondeu. E já foi logo completando: “Eu tô aqui agora em casa por causa do defeso. Essa época do ano é a piracema, o período da reprodução dos peixes. Nesses meses eu não pesco. O Governo paga pra gente o Seguro Defeso pra gente não ter que pescá os peixes, pra os peixe podê desová. O Governo paga um dinheiro bom pra gente. É quase 3 mil reais”.
“Eh, realmente um dinheiro bom !!!”, exclamei novamente. E já fui fazendo outra pergunta: “O senhor caça também ???”
“Não !!!”, respondeu-me rapidamente e já foi explicando: “Antes eu caçava muito. Eu saía de madrugada pra caçar, pegava muitos bichos, tatu, paca, catitu ... hoje eu não caço mais. Agora o Governo dá pra gente o Bolsa Verde.”
“Bolsa Verde ???”, perguntei com supressa. “O que é isso ???”
E ele respondeu com aquele olhar cheio de alegria. “O Bolsa Verde é uma ajuda que o Governo dá pra gente. É uma ajuda de 300 Reais, pra gente não caçá, não desmatá, pra gente não prejudicá a floresta.”
Nessa altura a conversa estava num clima descontraído. O morador sorrindo falava de como a vida dele estava mudando, como o progresso estava mudando a rotina do local. Eu já estava menos tenso, já havia esquecido o sufoco passado com o acidente da lancha, e quando menos esperava levei mais um susto, pois de repente ele solta mais um grito: “Menino, vem cá !!!” A criança chegou rapidamente e o pai foi falando: “Você não ouviu o barulho ??? Tem alguém chegando. Vai lá ver quem é !!!”. O menino foi e um pouco depois voltou acompanhado de uma senhora. “É a parteira, pai.” E a senhora foi entrando calmamente pela casa, cumprimentou o pai e me cumprimentou também. “Vai lá e chama sua mãe”, ordenou o pai ao filho.
Enquanto a mãe não chegava a parteira nos mostrou orgulhosa o kit de materiais que ela estava portando. “Olha aqui o material que eu recebi do Governo. Esse aqui é o kit da Rede Cegonha, é o material que o Governo dá pras parteiras fazerem o seu trabalho”, falava com um grande sorriso no rosto.
Logo a mãe chegou. Ela estava grávida, de aproximadamente uns sete meses de gravidez. Ela me cumprimentou e depois foi com a parteira para o fundo da casa.
Eu continuei a conversa com o morador, perguntando algumas coisas sobre os animais e peixes da região. Mas, logo fiquei incomodado com os gemidos que viam do fundo da casa. Parecia que a mulher dele estava em trabalho de parto. Sem conseguir conter a curiosidade, perguntei: “O que é que está acontecendo ??? O que elas estão fazendo lá dentro ???”
O pai calmamente foi me falando: “A parteira está fazendo a puxação”.
“Puxação ??? O que é isso ???”, indaguei cheio de surpresa.
“É a massagem que a parteira faz. Ela faz isso pra ajeitá o bebê. Ela vai ajeitando, mexendo no bebê pra ele ficá na posição certa, no jeito certo pra nascê”, relatou o morador.
Enquanto o pai falava, os gemidos pareciam ficam mais fortes. Algumas vezes a mulher gritava de dor, como se a criança estivesse para nascer.
“Mas, a sua mulher está gemendo muito de dor. Não é perigoso uma massagem tão forte assim”, questionei.
“Tem gente que não gosta do jeito que essa parteira trabalha. O povo fala que ela faz a massagem muito forte. Eles falam que ela aperta muito a grávida. A minha mulher já tá chegando nos oitos meses de gravidez e se a parteira fizer a massagem forte o bebê pode nascer logo”, descreveu o pai com ares de naturalidade.
Aquela explicação me deixou bastante confuso. “Mas, se a parteira apertar demais a barriga da mãe não é arriscado a criança nascer prematura ??? Desse jeito não é perigoso a criança nascer antes do tempo ???”, perguntei.
“Antes eu não gostava desse tipo de parteira, mas agora eu vejo que é uma vantagem”, explicou o pai.
A aparente contradição nas afirmações do pai e o crescente barulho dos fortes gemidos que viam do interior da casa me deixaram ainda mais incomodado. “Mas se sua mulher está gemendo tanto e esse tipo de massagem pode fazer a criança nascer antes do tempo, qual a vantagem disso ???”, perguntei atônito.
“Eh, hômi. Eu tô vendo que você não entende nada da nossa região”, falou o pai com certo ar de desprezo pelas minhas dúvidas.
“Antes quando uma criança nascia de sete meses ou oito meses, isso era algo que preocupava a gente. Mas, agora não preocupa mais. Eu já tenho três filhos com a minha mulher. Esse menino que te recebeu lá fora, a menina que te serviu o café e um bebê de um ano e meio que tá lá dentro. Agora a minha mulher tá grávida de novo. Toda criança que nasce a gente ganha do Governo o “Auxílio Maternidade”. Cada criança que nasce a gente ganha uma ajuda de mais de 2 mil Reais. Por causa disso, se o bebê sai logo a mulher já fica livre pra engravidá de novo. Se ela dessocupá rápido a barriga, ela pode engravidá de novo”, explicou o pai.
“Auxílio Maternidade ?!?”, disse num misto de exclamação e espanto.
“É isso mesmo !!! O Auxílio Maternidade é uma boa ajuda do Governo”, disse o morador. E completou: “Olha que não é só isso não. Agora tem também o “Brasil Carinhoso”, que é outra ajuda do Governo. Hoje toda criança pequena de 0 a 6 anos ganha um valor de 100 Reais por mês.”
Eu fiquei por um momento calado meditando naquelas coisas. Um pouco depois a parteira passou pela sala, se despediu de nós e foi embora.
Após a saída da parteira a sala ficou em silêncio, pois eu fiquei sem assunto. Mas, de repente, um novo susto. O morador deitado na rede mais uma vez gritou: “Menino, vem cá !!!” A criança chegou rapidamente e o pai foi falando: “Você não ouviu o barulho do barco ??? Vai colher o açaí que o barco tá chegando !!!”. E na mesma velocidade que o menino chegou já saiu correndo para cumprir a tarefa.
Quando o menino saiu eu perguntei sobre o barco que se aproximava. “É um barco de um comerciante, um “regatão” como a gente chama aqui. Ele passa todo dia nesse horário trazendo mercadorias pra trocá pela nossa produção”, esclareceu o morador.
Nesse momento chegou a mulher dele, com uma expressão bem nervosa, e começou a brigar com o marido: “O menino tá estudando. Ele tem aula hoje a tarde. Ele tem que fazer o dever de casa. Tem que ir bem na escola senão a gente perde o Bolsa Família.”
“Ah, mulher !!! O menino tem que aprendê a trabalhá também. O barco tá chegando e ele vai trocar o açaí pelo nosso almoço.” A mulher ouviu isso, e deu as costas para o marido, retornando para o fundo da casa.
Um pouco depois chegou o menino com um cesto de palha cheio de frutinhos negros. “Olha pai o açaí que eu colhi”. E ouviu outra ordem do pai: “Vai lá, menino. Troca esse açaí por frango pra gente almoçá ... e troca também por mais alguma coisa.”
Alguns minutos depois, o menino retornou com um frango congelado, uma lata de óleo de cozinha e um pacote de açúcar. “Olha pai. Olha o que eu trouxe”.
“Tá bom !!! Agora vai levá pra sua mãe. Leva pra ela preparar o nosso almoço. E vai estudar, por que a gente não pode perder o Bolsa Família”.
Um pouco depois surge outro barulho na frente da casa e o pai grita de novo: “Menino, vai ver quem é !!!” E, antes que a criança pudesse chegar a tempo, uma pessoa se aproxima da porta e vai logo se apresentando: “Sou eu, o Agente Comunitário de Saúde. Vim trazer o produto pra tratar a água”, e foi se achegando pra dentro da casa. Ele era um homem baixo, de cabelos cacheados e vestia uma camisa branca. Ele cumprimentou o morador que nem fez questão de se levantar da rede, e depois me cumprimentou também. Nessa hora, o menino já estava ali do nosso lado para ouvir do pai outra ordenança: “Pega o frasco de hipoclorito e leva pra sua mãe.” Logo que a criança pegou o produto o Agente de Saúde se despediu e foi embora.
Não demorou muito e logo outra pessoa chegou. Dessa vez era um senhor de cabelo grisalho, vestido com roupas e sapatos sociais, com um grande embrulho nas mãos. Observando suas vestes e o jeito que falava vi que era uma pessoa religiosa. Ele se aproximou para entregar o embrulho cheio de roupas ao morador, que aparentemente nem fez conta do presente. “Coloca ali no canto que depois eu olho”, ordenou o morador. O religioso também tirou do bolso um saquinho plástico cheio de remédios, o que levou o pai a repetir o grito: “Menino, vem cá pegar o presente do Pastor pra sua mãe !!!” A criança chegou, pegou o saquinho de remédios, pegou também o embrulho de roupas e voltou pra dentro da casa. Após isso, o religioso se despediu e foi embora.
Com a saída do religioso, nós dois iniciamos uma nova conversa. “Existem muitas igrejas por aqui ???”, perguntei.
“Sim. Tem igrejas demais. Antes a gente só conhecia a igreja Católica, mas hoje tem todo tipo de igreja. Uns tempos atráis eu nem queria ouvir falar nessas igrejas dos crentes. Mas agora eu já gosto deles. Eles vêm aqui, fazem orações, visitam a gente quando estamos doente, eles traz remédios, roupas, calçados ... as vezes eles traiz presentes pras crianças ... Vê aí, esse pastor veio aqui trazer aquele embrulho de roupas e trouxe os remédios pra minha mulher”, explicou o morador.
“Quais as igrejas que tem nessa região ???”, questionei.
“Tem igreja demais. Tem Assembleia, Quadrangular, Batista, Presbiteriana, Deus é Amor ... tem também a Igreja do Véu, tem os Jeová. Uns ajudam mais, outras igreja ajudam menos. É dessa maneira”, explicou o morador.
“E a igreja Católica ???”, perguntei.
“Os padres é difícil deles vir pro interior. Eles só vem uma vez por ano, quando tem alguma coisa importante, um festejo ou coisa parecida. Quem tá por todo lado são essas igrejas dos crentes. Eles é que tão aqui todo dia pra ajudá nóis. Mas, de vez em quando a Pastoral da Criança também aparece pra ajudá”, detalhou o morador.
E enquanto ele me narrava das ajudas que a família dele já recebe das diversas entidades religiosas que atuam na região um novo visitante chegou a casa.
Como das outras vezes o pai gritou: “Menino, vai ver quem tá chegando !!!”. E mais uma vez o ritual se repetiu, o menino passou correndo pela sala e foi ver quem era. No rastro da criança chegou a mãe brigando. “Você não se mexe dessa rede. Só fica aí deitado gritando o menino. Ele tem que estudar. A gente não pode perder o Bolsa Família”, bravejava a mãe.
Nessa hora chega um senhor bem gordo, que carregava em suas mãos uma grande caixa. Nesse instante a mulher parou de brigar. O visitante chegou, cumprimentou a todos e foi logo transmitindo uma boa notícia para a mulher. Ele estava trazendo a entrega de uma máquina de costura e um kit de cabelo. E explicou que aquilo era parte do benefício do Governo que veio do PRONAF Mulher. É um recurso de 3 mil e 200 Reais, e a gente tem 20 anos pra pagar o valor de volta pro Governo.
A mãe que a poucos minutos estava raivosa mudou seu semblante e recebeu alegremente a entrega. O senhor, que era representante da Associação de Moradores, puxou uma dúzia de papéis e um mata-borrão de sua pasta e foi pegando a marca da digital do polegar direito da mãe para comprovar a entrega dos bens. Logo em seguida foi embora.
A mãe alegre chamou a filha para guardar os bens recebidos e se retirou para o interior da casa. Nisso o pai, admoestou o filho: “Menino, você já ajudou muito. Agora vai estudar que a sua mãe tem razão. A gente não pode perder o Bolsa Família. Vai estudar que você tem que ir pra aula hoje de tarde.”
Logo que o menino saiu, eu fiz uma reflexão em voz alta: “Puxa vida !!! Você e sua família já ganharam tanta coisa. Você já ganhou a Casa do INCRA, o Crédito Apoio ... Você recebe o Seguro Defeso, recebe também o Bolsa Verde. A sua mulher tem o Auxílio Maternidade, tem o Bolsa Família, o Brasil Carinhoso, recebeu ainda o PRONAF Mulher. A parteira ganhou o kit da Rede Cegonha. Tem a ajuda do Agente Comunitário de Saúde. Vocês contam ainda com as ajudas das Igrejas. Eh !!! E eu nem tinha ideia de tudo isso. Pelo jeito o Governo aqui tá fazendo muita coisa, né mesmo ?!?”
Ele nem teve tempo de falar nada e ouvimos outro barulho na frente da casa. Dessa vez eu não esperei pelo grito do morador chamando pelo filho e fui eu mesmo ver o que era. Para minha surpresa era o piloto da lancha que havia retornado para me buscar.
Eu voltei ao interior da casa e disse que o piloto já havia consertado a lancha.
O morador insistiu para que eu ficasse e almoçasse o frango que sua mulher estava preparando. No entanto, eu agradeci a acolhida e justifiquei minha partida por causa do compromisso. Eu agradeci o café, a conversa amigável e me despedi do morador que continuou do mesmo jeito, deitado na rede, balançando tranquilamente de um lado pro outro.
Por fim, segui em direção ao meu compromisso carregando comigo algumas reflexões sobre essa experiência curiosa que me mostrou um Brasil tão diversificado, instigante e que poucos conhecem.
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Ilha de Marajó - PA, Novembro de 2012.
Giovanni Salera Júnior
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187
Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior