Hino Nacional...Cantemos
...Hino Nacional... CANTEMOS!
Chega de surpresa a uma pequena cidade entre rios, no interior ao noroeste do Estado do Espírito Santo, uma equipe de educadores, mestres e professores do MEC- Ministério da Educação e Cultura, Rio de Janeiro.
Vieram em missão pedagógica e de inspeção. No colégio alvo da visita foi um corre-corre. Quase em pânico todos se perguntavam – diretores, professores, funcionários administrativos: O que fazer? O que querem? Nunca antes acontecera isso...
Perdidos estavam todos!...
A papelada, os arquivos, os materiais de apoio pedagógico/didático... Tudo urgente e atabalhoadamente revistado/organizado. O colégio, suas instalações, o seu entorno, passaram por uma completa faxina... Pronto! A maquiagem foi realizada.
O trabalho foi realizado!
As instruções dadas pela Diretoria do Colégio eram para que a Equipe, a Missão tivesse uma excelente acolhida e que máximas atenções fossem dispensadas aos Inspetores Federais. Toda a comunidade do Colégio foi comunicada – educadores e educandos. Às lideranças foram passadas recomendações especiais – mobilização dos liderados e real apoio.
A reunião, o encontro com a Missão Pedagógica foi marcada para as 10:00h no Canaã Social Clube, no centro da cidade,local não muito distante do Colégio e do Hotel onde toda equipe estava hospedada.
A acolhida – professores, alunos, lideranças estudantis – toda estava estressada... Dúvidas persistiam. O sentimento dos estamos “roubados” estava presente. O que faremos?
Pouco antes do início da reunião, o movimento de chegada dos participantes /convidados, é intenso e tenso. Sorrisos amarelos, com “ caras de tacho”. Nos cumprimentos os cochichos predominam. “E aí o que vai ser?; Reunião prá que?; O que será que ele desejam? Missão pedagógica? O que é isso?
Salão cheio. Cadeiras colocadas e organizadas na pista de dança do Clube. Todos sentados. A quantidade de participantes é boa, representativa.
À hora marcada foi iniciada reunião com a acolhida e a auto apresentação liderada Coordenação da Equipe do MEC com a informação do propósito e a pauta.
Por iniciativa da Coordenação da Equipe da Missão, foi sugerida a composição da mesa diretora da reunião. E para presidi-la, indicou-se o atual Presidente do Grêmio Lítero Esportivo do Ginásio, tendo como auxiliares o Presidente do Grêmio da Turma de Formandos daquele ano (1959), bem como outros alunos Líderes e outros, como apoio -1º e 2º secretário e outros.
Na mesa o mutismo era geral. Na assembléia o interesse e as expectativas aumentavam com o passar do tempo. O público era basicamente formado por pessoas do meio: professores, funcionários administrativos, alunos curiosos e também por integrantes da Missão Pedagógica. O zunzunzum era intenso. Paira uma atmosfera de notório nervosismo.
Na mesa já composta, os Diretores, sentados ficaram a se olharem, a olharem, sem graça para todos os lados. Apavorados e perdidos. Por uns instantes aquela situação foi desconfortável.
-“Bem! Levantou-se na platéia o coordenador da Missão tomando a iniciativa. “Bom dia a todos”. Somos professores, educadores e inspetores do MEC. Estamos percorrendo todos os municípios do Estado. Agora é vez desta bela cidade. Entre outras coisas, nossa missão aqui, além de inspecionarmos os conteúdos escolares, as condições de ensino, as instalações físicas do colégio, também sugerir/apoiar a formação e animação das comunidades dos alunos, como por exemplo: grêmios, associações de classes/turmas – gincanas culturais e esportivas Também para inspecionarmos e orientarmos as administrações escolares sobre a correta distribuição das Bolsas Escolares, etc...etc. Também institucionalizar e incentivar a criação de grêmios, fornecendo-lhe apoio normativos – Normas e Estatutos. E hoje estamos aqui exatamente para isto : Criar um estatuto para o Grêmio do Ginásio”.Bla, bla, bla...
Enquanto isso na Mesa Diretora, os pensamentos corriam soltos...
Imprevisto! Como criar um Estatuto? Não somos capacitados. Baseado em quê?
Um calafrio eletrizante e paralisante perpassou por todos os componentes da Mesa. Mudos pensaram: “Estamos Diretores, não sabemos como proceder”. Nada foi planejado. Todos boquiabertos. Ninguém da Mesa ousava tomar a iniciativa
“Que roubada”!
Instigado por um dos professores titulares do Colégio em visitação que estava sentado no meio dos presentes, o Coordenador da Missão, incentivou que os membros da Mesa ajudassem o Presidente da reunião, a iniciar os trabalhos. Então um dos membros da Mesa que era também Presidente do Grêmio dos Formandos daquele ano, 1959, enchendo-se de coragem e ousadia e mesmo suando em bicas, inseguro, trêmulo, mas com o intuito de ajudar o seu colega em apuros,bem como também para ganhar tempo enquanto arranjavam uma saída levantando-se, sugeriu:
“Cantemos o Hino Nacional”!
“Ouviram do Ipiranga às margens plácidas”...
A assembléia levantou-se, Ufa! Que alívio. Enquanto cantávamos respeitosamente o hino, pensava: ”Certamente encontraríamos a solução”.
“Arranjem-nos um modelo e Estatuto ou Norma. Faremos uma adaptação às nossas realidades”... “Botamos mãos a Obra”.
O trabalho foi realizado!
...Derrotada a Emenda Constitucional da Direta Já, no Congresso Nacional, nossas esperanças de retorno à Democracia foi para o brejo. Parte dos Congressistas, o Povo, a Nação, quedaram-se perdidos, sem rumos, na escuridão. ”Que roubada”!
O que fazer?
Todos de pé:...
“Cantemos o Hino Nacional.”
“Se o penhor dessa igualdade”...
Ufa! O Povo mais calmo e organizou-se. Mobilizou-se a sociedade. Pressionaram-se as instituições. Unimo-nos! Ficamos mais fortes.
“Que roubada”!
O que fazer?
Constituinte neles! “Botamos mão a Obra”.
O trabalho foi realizado!
...Falta de alternativas. Desesperanças! Supetão! Imprevistos! Impasses:
Sejam nas lutas Sindicais, grevismos. Nas reivindicações estudantis, passes livres; escolas públicas. Terras para os sem terra – MST. Salários/Segurança, direitos dos trabalhadores. Professores, Salários dignos. Até eventos esportivos e/ou culturais... Em qualquer desencontro e/ou desencanto...
“Que roubada”!
O que fazer? Na dúvida:
“Cantemos o Hino Nacional.”
“E o sol da liberdade em raios fúlgidos”...
Ufa! Focados, seguros reiniciamos; convergimos e organizamo-nos. Turbinamos a Cidadania. Exigimos justiça. “Botamos mão a Obra”.
O trabalho foi realizado!
...Dúvidas religiosas. Criação? Evolucionismo? Onde a fé? Vazios?
Orem! Rezem! Clamem aos Orixás!
“Que roubada”!
O que fazer?
Na dúvida:
“Cantemos o Hino Nacional”.
“Se o penhor dessa igualdade”...
Ufa! Etéreos, santos serenos puros... Salvos? Ajoelhamos. Coletas fazemos, enchemos sacolas. “Botamos mão a Obra”.
O trabalho foi realizado!
...A última e única bala disparada por “ELLE”, para liquidar com a galopante inflação, errou o alvo e atingiu a nossa Poupança.
Flagrado em ilícitos políticos, “ELLE” cassado foi. Itamar, o vice, recebe no colo, de súbito e de supetão, o Governo. Está Presidente da República!
“Que roubada”!
O que fazer?
Os caras pintadas, chamados.
Na dúvida:
“Cantemos o Hino Nacional”.
“Desafia o nosso peito a própria morte”...
Ufa! Equipe técnica do Ministério da Fazenda... Talentos afloram. Inovam. Criam. Plano Econômico? “Botamos mão a Obra”.
O trabalho foi realizado!
... Iluminados! URV... $ Real. Antecipado para eleição de FHC garantir. Itamar... Eta mineirinho jeitoso!
Mas a paternidade do $Real, o mérito é roubado. Eleito então FHC ( chamado de príncipe dos sociólogos). Elite rancorosa no Governo. Privatizações insanas a todo vapor. Eletrobrás, Telebrás, Siderbrás, Vale, Ferrovias (várias)... Quase incluíram a Petrobrás (Petrobrax lembram?)!
A grana, bilhões de Dólares. Onde está a grana? Evaporou, sumiu. Mas em compensação, frango a R$ 0,80 o Kg. Uau... Ual (?)... O Real é o maioral!
Anos 2000, o país quebra. Tio Sam (Clinton), empresta do seu Tesouro, 50 bilhões de Dólares ao Príncipe FHC.
“Que roubada.”
O que fazer? Na dúvida:
“Cantemos o Hino Nacional”.
“O teu futuro espelha essa grandeza”...
Ufa! Cidadãos calmos, conscientes e seguros, sem medo de serem felizes... Eleições... Renovação. Um Operário? “Botamos mão a Obra”.
O trabalho foi realizado!
... E a esperança venceu o medo!
Um analfabeto, migrante, retirante, nordestino... Metalúrgico. A esquerda no Poder!
Abrem-se as fábricas de crises. Tentam encurralar o governo. Criam o “mensalão”. As elites inconformadas... Batem! Midiáticas denúncias são no ar lançadas. O metalúrgico resiste. O país supera e recupera-se com exitosas políticas econômica e sociais.O desenvolvimento consolida-se e ganha musculatura, robustez.
O analfabeto com a popularidade nas alturas, tenta a reeleição. As elites novamente e raivosamente chiam. Novas denúncias. “De onde veio o dinheiro”? Um bordão, o mote usado na ausência de um programa alternativo... “Mas... e o dinheiro”?
“Que roubada”.
O que fazer?
“Cantemos o Hino Nacional”.
“Brasil, um sonho intenso, um raio vívido”...
Ufa! E o “Cara? Ele é o Cara? Novamente a esperança nas ruas contra o medo. “Botamos mão a Obra”.
O trabalho foi realizado!
...30 milhões de brasileiros fora da linha da miséria. Inclusos!
...15 milhões de empregos formais com carteira assinada!
Xô, xô FMI! Reservas cambiais nas alturas!
“Santa” Marina ( a senadora, ex- ministra)... Cheia de verde (não de Graças!), a defender os bagrinhos. A criticar a Copa e as Olimpíadas no país. Criticam os PACs, 01 e 02; o “Luz para Todos”; o “Minha Casa minha Vida”. Nada do que foi feito tem valor? Ô má vontade!... Incertezas no ar.
“Que roubada”.
O que fazer? Na dúvida:
“Cantemos o Hino Nacional”.
“Veras que um filho teu não foge à luta”...
Ufa! Em paz. Com as armas da Democracia e olhando para o futuro. Continuar avançando, eliminando as injustiças e as desigualdades. Criando iguais oportunidades para todos... “Botamos mão a Obra”.
O trabalho tem continuar e avançar...
Mas continuando... Cantemos o nosso bordão da sorte:
“Cantemos o Hino Nacional”.
“Dos filhos deste solo és gentil Pátria amada Brasil”...
“Não sabes cantar o Hino Nacional?
Então solfeja! Solfeja! Poucos brasileiros o sabem... Solfeja para dar sorte.
Na dúvida... Cantemos o Hino Nacional, afinal Deus é brasileiro!