Realidade X Virtualidade
Já tive amigos reais, surreais.
E tenho amigos virtuais, muito reais, mas também já encontrei inúmeros surreais.
Dentro do possível, no mundo virtual, a medida que os laços parecem estreitar-se, tentamos conhecer a pessoa que nos agrada, nos encanta, que parece fazer parte do dia a dia.
Há pessoas que vendem uma imagem que não é real. A tela parece lhes dar superpoderes.
Ao conhecê-las, podemos ter decepções.
Entretanto, já fiz grandes amigos. Trocamos serviços profissionais, apoiamos uns aos outros em seus trabalhos de artesanato, de negócios, de caridade.
São pessoas que acreditam que podemos sim, criar laços reais a partir do virtual.
Tenho amigos virtuais que se casaram, namoraram, partilharam uma vida em comum, e me parece que os casamentos até tem durado mais tempo. Será porque neste caso, as pessoas podem ser elas mesmas e dizer o que pensam?
Dependendo da pessoa, o mundo virtual as torna mais sinceras, mais abertas, mais "falantes" (mesmo as mais tímidas).
Isso nos prova que é possível, trazer o mundo virtual para o real. E criar relações sólidas de amor e de amizade.
Comecei na internet numa sala de bate papo sobre esoterismo. Marcamos um encontro com o pessoal da sala para dançar.
Cada um falou de si um pouco mais e por incentivo deles criei um site de poesia no msn no antigo Space.
O encontro foi tão bom que durou muito tempo. E a medida que esses amigos foram para outras cidades ou países reconstruir nova vida, o grupo foi dissipando.
Um dia, um poeta leu meus trabalhos e publicou uma página com alguns poemas. Meu amado amigo Soares Feitosa, do Jornal de Poesia, grande poeta pernambucano.
Depois, começaram a surgir convites, pedidos de autorização para publicar um ou outro trabalho em seus blogs (pessoas que jamais conheci).
Assim, criei uma página no Recanto das Letras.
Através do Jornal de Poesia cheguei ao exterior.
Recebi convites para escrever para blogs de amigos na Itália, França, Estados Unidos, Alemanha, Portugal.
Fiquei ainda mais feliz quando uma menina de oito anos, do interior da Paraíba escreveu no Recanto que estaria debatendo um de meus poemas sobre o trabalho escravo infantil em sua aula de português.
Dá para se encantar e se preocupar: afinal parece que meus leitores mirins do interior, se valem do virtual para saber o que acontece no mundo. Bárbaro, isso!
Já recebi convites para escrever histórias infantis.
Amo a poesia, meu gênero preferido. E no Recanto comecei a desenvolver outros estilos.
Minha vida é uma história de sucesso como escritora no mundo virtual, graças aos meus leitores fiéis, que foram chegando de mansinho, e me incentivando aos poucos. À vocês, todo o meu carinho.
(Imagem Google)
E agora meus amigos virtuais querem um livro real. Estou amadurecendo a ideia.