Um dia agitado; e Izabel acordou mais tarde...

"eu não guardo resto pra comer depois!"

Por volta do início do dia, izabel veio com essa frase...

Eu...sem paciência alguma, nas linhas de um texto que gosto mesmo em movimento... sensual, sexual, cardíaco e  etecetera e tal... Rasguei o verbo, transitivos e intransitivos...afinal, sou eu quem dito e coloco pontes e lanço mão dos infinitivos... falei:

_Do que você fala, criatura? Não vê que o dia é de ajeitar coisas, arrumar o guarda-roupa, tirar tralhas da vida?... Não vê que o dia é de rever conceitos, ajeitar os medos, correr contra o tempo?... Ah!, Izabel...Não me venha com pensares e falas... Ha tanta coisa vazia na panela!...
Alimenta-me com ações... é com isso que eu estou acostumada...
Não vê que hoje o dia de preparar aniversário...de riscar ou registrar pessoas no calendário?
Não deixo restos nos travesseiros diários... Não lembro de nada que não se faça existir de fato...
Ah! Izabel, poupe-me do ser igual...
Hoje, o dia é de crônica... De crítica...de acordar com flores nos cabelos... Não de secá-las em livros...

Izabel, que sempre fala mais do que eu, o lírico, abriu os olhos e suspirou... "ele guarda esqueletos, na memória... Deixa-me pensar o que fazer com tantos ossos..."
_ Ah! Izabel, as memórias dele nunca serão as suas... Tem marias de mais na mesma panela. Deixa-me considerar?... quem guarda ossos, não tem mais a carne...

Izabel veio com isso... Eu nem sei direito do que ela falava, mas hoje é o dia de lamber o dia... dançar na chuva... Hoje, é dia de encantar-se para o amanhã que chega de levinho nos meus ouvidos...

11:05