PROPINA. CORREÇÃO.JOAQUIM BARBOSA.

Ontem para minha surpresa, entremeada a postura que gostaria de ouvir minha opinião, me perguntaram o que eu achava do Ministro Joaquim Barbosa. E concluiram perguntando “de quem estaria levando dinheiro”.

Fiquei bastante impressionado com a interrogação, além da surpresa gigantesca, e retruquei a quem interessaria “dar dinheiro” para um servidor público ser correto, perfilar com a mais tranquila verdade dos autos, em prova exata, pericial que rastreia o dinheiro como tiramos um extrato bancário, de onde veio e para onde foi.Seria a antinomia..

Percebi, o que para mim é cimentado de tranquila apreensão, que a informação do brasileiro, pela história da corrupção (da qual ele brasileiro participa muitas vezes) no Brasil e pelo desprestígio da lei, e por isso de sua contrariedade, aliadas à impunidade, por força das próprias leis, que majoritariamente se entende que todo servidor público tem preço. É falta de consciência cidadã....

Isso decorre, também, de exemplos “QUE VEM DE CIMA”, é pedagógica a afirmação. Não é possível que um pai que fuma maconha proíba ou eduque seu filho para não fazê-lo. É bastante o exemplo. Se os do “andar de cima” se corrompem, os do “andar de baixo” acham que isso é o padrão e todos assim se portam.

Ficou como conduta curricular, achar que “dar dinheiro” ao agente público resolve as interdições e proibições da lei. E que o gosto azedo de tal conduta se dissemina e todos a praticam, virou regra.

ISTO É EXCEÇÃO!!!

Estes dias li declaração do Ministro Joaquim Barbosa, de que o assédio

que sofre nas ruas é carinho do povo, E QUE NADA MAIS FAZ DO QUE CUMPRIR SEU DEVER DE SERVIDOR PÚBLICO.

Reedito a crônica que fiz sobre sua pessoa.

MINISTRO JOAQUIM BARBOSA.

Coube a ele, Ministro Joaquim Barbosa, por sorteio, a distribuição do processo penal 470, o nominado “mensalão”.

O Brasil por seus cidadãos sérios e conscientes, e por aqueles inconscientes de cidadania, mas informados minimamente por ouvirem dizer, devem muito a esse cidadão brasileiro, magistrado em universo de dezessete mil togados.

Solitariamente, por vezes, um magistrado muda conceitos e diretrizes da sociedade, altera a legislação, diz a que ainda não existe, “de lege ferenda”, lei que está por vir, e tantas outras influências desconhecidas do povo, principalmente em seu encargo principal, restaurar a lei e a ordem, nascedouros da legislação.

Como disse o Procurador Geral da República, a fraude por sistema que está sendo julgada, é o maior “atrevimento” que se viu na história da república brasileira, a gigantesca afronta à Carta Política, à Constituição Federal. Está sendo desnudada com detalhes pelo Ministro Joaquim.

Por sorte da nação, o relator é o Ministro Joaquim, falo como conhecedor, pois em sessenta mil folhas de um processado, o julgador pode, sinta-se, pode caminhar por diversas veredas. Tanto é que duas periciais contábeis se opõem, e há quem tivesse ficado com a que está na contramão.

Provas exatas não são dissimuláveis...

O Ministro Joaquim Barbosa debruçou-se sobre 60.000 folhas de um processo penal, imagine-se....um trabalho desmedido, mesmo para quem despacha, como corriqueiro, média de cem processos-dia, como é tarefa comezinha da magistratura.

Mesmo que tenha como suporte sua assessoria, é ele o julgador, quem articula, seleciona dados, analisa impasses, define por lógica inferida o que necessita, compatibiliza as várias vertentes e forma seu convencimento no ofício e sacrário por excelência do magistrado; a sentença.

É essa sentença que vem sendo prolatada que traz minudências, cuja estratégia de estruturação é irrespondível, define com clareza, em encadeamento pacífico, rastreado na prova formal alimentada pela oral, o sistema espúrio, sistêmico, corruptor e de braços gigantes.

O trabalho do Ministro Joaquim, é prestação de serviço público sem par, histórico, a que todos devemos reverência e respeito.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 10/11/2012
Reeditado em 10/11/2012
Código do texto: T3978462
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