O Banquete dos mendigos
Um grupo de legisladores da oposição pediu nesta terça-feira formalmente à Procuradoria-Geral da República (PGR) que averigue a responsabilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema do mensalão, que está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O pedido foi apresentado à PGR por cinco deputados e senadores do PSDB e do PPS, duas das principais forças opositoras.
A denúncia se apoia em reportagens publicadas pela revista ''Veja'' nas quais Lula é apontado como principal responsável pelo mensalão, segundo um comunicado divulgado pelos legisladores.
Pois é! Lula tentou escapar do braço da Justiça de todo jeito, contudo, ao que parece, não conseguiu.
O cavaleiro da esperança com o seu palavreado fácil, usando a força do vernáculo, iludiu uma nação inteira, e assim o proletariado lhe deu uma expressiva votação e festejou sua vitória imaginando os dias melhores que certamente viriam. Do nada tirou sua sucessora e novamente o povo iludido aceitou e aprovou.
Mas é claro que quanto maior a altura, maior é o tombo. Quanto maior é a ilusão, mais sofrida é a desilusão. Como diz o poeta, “Vida de gado, povo marcado povo feliz”.
A esperança ficou com medo, as ilusões se esvaíram, a mudança não veio e instalou-se o pessimismo. O mesmo descrédito de sempre contaminou novamente a opinião popular.
Os seus apaniguados estão desconfortavelmente nos bancos dos réus. Respondem pelo escândalo do mensalão. Crime de furto que a mídia insiste em chamar de “DESVIO” DE VERBA; torna-se importante precisar a caracterização brevemente sumariada.
O governo Lula, escudado no PT, transformou-se completamente naquilo que combatia, encerrando objetivamente o seu ciclo histórico. Se já era um partido neoliberal, tornou-se um partido de corruptos.
A caixa de Pandora destampada por Roberto Jefferson avivou a população dormente. Tirou a casca da ferida, mostrando a todos o processo irreversível em que, devido a causas diversas, estava em deterioração celular e consequente perturbação funcional, evoluindo no sentido da necrose.
Como sempre, Lula empertiga em seus discursos e entrevistas jurando inocência. Há mais verborragia do que substância. Setores da esquerda petista e dos movimentos sociais ensaiam uma última e desesperada defesa do governo. Querem a grosso modo desvincular Lula dos mensaleiros. Como?
Acho traição. Dizem que quando o navio está afundando os ratos são os primeiros a o abandonarem.
Marcos Valério o combate e botou a boca no trombone. Vociferou que Lula é o chefe dos mensaleiros e até empenhou-se na arrecadação de fundos.
Sob o argumento de que Lula representa o resultado de um longo processo histórico, de acúmulo de forças progressistas que é preciso preservar os dirigentes do PT apelam a todos os simpatizantes das causas da esquerda para entrincheirar-se em defesa do governo.
O povo, ainda abalado com a corrupção escancarada do governo, encontra-se atordoado, de olhar vazio, não há maquiagem que a cúpula do PT possa fazer para mudar a imagem do partido, qualquer estratégia será absolutamente nula.
As falcatruas dos integrantes do PT aplicaram a dosagem ideal e suficiente para atarantar Lula e erodir seu prestígio.
Se Lula acreditou que estaria sendo aceito, assimilado e metabolizado pelo povo brasileiro, muito antes do que pudesse imaginar, está sendo excretado por ele.
Numa entrevista, ele com o ar mais natural possível disse: “Isto é prática comum em todos os partidos”, referindo-se aos recursos não contabilizados usados para financiar campanhas, o chamado caixa dois.
A corrupção pode lubrificar perpetuamente as engrenagens enquanto continuar inaudita, todavia, se assume o poder, deve ser expurgada ferozmente. A crise é apenas a forma mais clássica de certificar-se de sua fortitude.
Lula sofreu a picada da mosca azul assim que ascendeu ao paço, mostrou-se despreparado para tal mister. Caiu no dito popular de “quem nunca comeu mel, quando come se lambuza”.
O poder cega os homens. Tira-lhes a humildade e o senso de medida, os substituindo pela ambição desmedida e pela arrogância dos senhores da verdade.
Tudo se torna aceitável e moralmente justificável. A instrumentalização da política, a luta de bastidores, a alternância das claques, as redes de interesses, o “jogo sujo” das altas esferas.
A decepção com o governo do PT e com um Congresso em que deputados e senadores ganham para não trabalhar criou um estado de espírito que levou, na última eleição, muita gente a pregar e praticar o voto nulo como forma de protesto e a buscar nas lembranças do passado um país melhor.
O Brasil está tão carente de justiça que o ministro do Supremo Joaquim Barbosa Gomes está em “alta” perante os brasileiros. Cotado até para Presidente da Republica. A internet está repleta de mensagens de congratulações ao ministro, que apenas faz cumprir o seu dever condenando a quadrilha do “analfaboquirroto”, arquiteto do plano para furtar o Brasil e, que foi eleito duas vezes presidente.
Olhamos para trás com saudade e com vergonha do que se vê hoje. A juventude sente saudade de um tempo que não viveu.
O presidente Juscelino desenvolveu o país e juntamente com o progresso crescia entre os brasileiros o orgulho de seus feitos, havia projeto de nação, metas a alcançar. Em suma, acreditava-se no futuro, hoje o tempo está nublado sujeito a raios e trovoadas.
Deus tende piedade de nós!