DESPINDO A ALMA
"Há que se despir a alma
das ilusões sorrateiras
da angustias que machucam
e nos levam ao desespero"
Neusa Staut!
Neusa Staut!
Acordei, e vi pelas frestas da janela que o sol já havia despontado há muito tempo. Não sei por quantas horas dormi, só sei que ainda me encontrava meio sonolenta.
Levantei-me, abri a janela que dava para o jardim que cercava a casa e o sol bateu forte no meu rosto, chamando-me a vida, mostrando-me que nada era mais importante que estar viva.
Levantei-me, abri a janela que dava para o jardim que cercava a casa e o sol bateu forte no meu rosto, chamando-me a vida, mostrando-me que nada era mais importante que estar viva.
Não sentia fome, só uma estranha dor no estômago que me deixava enjoada e não me animava a ir tomar meu café da manhã.
Saí lá fora e o sol parecia ainda mais quente, e então resolvi verificar as horas, afinal a casa estava silenciosa, não havia mais ninguém na casa, somente eu e meus pensamentos sombrios. Eram 11.47 da manhã!
Fiquei espantada, pois nunca dormira tanto, mas, rapidamente me lembrei o porque de tanto sono. Eu havia tomado uma forte calmante na noite anterior.
Fiquei espantada, pois nunca dormira tanto, mas, rapidamente me lembrei o porque de tanto sono. Eu havia tomado uma forte calmante na noite anterior.
Meus medos e anseios haviam se apossado do meu sono e como não conseguia dormir, acabei tomando um comprimido que me fizesse esquecer tudo que me atormentava, e assim quem sabe, eu conseguiria dormir.
Sentia-me um pouco zonza, mas eu já havia tomado uma decisão, que daquele dia em diante, eu não cometeria tanto desatino com meu corpo e minha alma, não mais sofreria por coisas que não dependiam de mim para serem mudadas, assim, determinada a seguir adiante com minha decisão, o dia prometia muito.
Sentei no banco de madeira que enfeitava o belo jardim, e comecei a pensar como eu poderia me sentir daquele jeito com tanta beleza
ao meu redor. A parreira no canto do muro estava carregada de uvas que com certeza estariam madurinhas no natal que se aproximava. A água da piscina nunca estivera tão limpa! O sol com seus raios dourados refletiam na água formando um espetáculo inimaginável.
Decidi então, que era chegada a hora de despir a minha alma de tantos medos, tantas ilusões que não me levavam a nada.
Era chegado o momento de encontrar comigo mesma, parar de fugir, parar de me esconder de algo que nem eu mesma sabia o que era, ou será que sabia?
O que eu de fato sabia, era que precisava urgentemente, despir a minha alma de maneira profunda e serena.
Devagarinho, fui direcionando meus pensamentos e entrando em uma profunda sintonia com minha alma que vinha sofrendo calada há tanto tempo. Como uma rosa, fui despetalando tudo que me incomodava. Foi como se tirasse o invólucro que a cobria e a separava de mim, éramos duas, e eu a machucava o tempo todo.
Mas, era chegada a hora do nosso entendimento, afinal de contas morávamos no mesmo corpo e na mesma mente.
Chorei copiosamente, sentindo minhas lágrimas salgarem meus lábios e descerem pelo meu colo, esvaziando toda minha dor das tristezas, mágoas, decepções e ressentimentos que só machucavam a mim e a pobre da minha alma, que eu sentia que ficava desesperada, por nada poder fazer por mim.
Chorei copiosamente, sentindo minhas lágrimas salgarem meus lábios e descerem pelo meu colo, esvaziando toda minha dor das tristezas, mágoas, decepções e ressentimentos que só machucavam a mim e a pobre da minha alma, que eu sentia que ficava desesperada, por nada poder fazer por mim.
Fiquei ali nem sei por quanto tempo encarando de frente tudo que me afligia.
Depois de despi-la totalmente, senti um alivio imenso invadir meu coração e vi minha alma leve levitar sobre minha mente, preenchendo-a de imagens lindas que eu já não me recordava mais, tamanho era a horrível sensação de vazio que antes eu sentia.
Sei que a vida continua, que os problemas surgirão, que com certeza muitas mágoas ainda virão, afinal somos humanos e estamos sempre sujeitos e passar por isso, desde que o mundo é mundo, desde que o ser humano passou a viver em sociedade, seja ela de amor ou amizade, os problemas sempre surgem, porque não há ninguém perfeito, e não existirá um só dia em que não haverá nenhuma preocupação, mas a vida está aí pra ser vivida da melhor maneira possível.
Assim, sigo meu caminho, admirando as rosas e tentando fugir dos espinhos!
Neusa Staut
Depois de despi-la totalmente, senti um alivio imenso invadir meu coração e vi minha alma leve levitar sobre minha mente, preenchendo-a de imagens lindas que eu já não me recordava mais, tamanho era a horrível sensação de vazio que antes eu sentia.
Sei que a vida continua, que os problemas surgirão, que com certeza muitas mágoas ainda virão, afinal somos humanos e estamos sempre sujeitos e passar por isso, desde que o mundo é mundo, desde que o ser humano passou a viver em sociedade, seja ela de amor ou amizade, os problemas sempre surgem, porque não há ninguém perfeito, e não existirá um só dia em que não haverá nenhuma preocupação, mas a vida está aí pra ser vivida da melhor maneira possível.
Assim, sigo meu caminho, admirando as rosas e tentando fugir dos espinhos!
Neusa Staut