O segredo da vida pertence às mulheres

Afinal, qual é a grande jogada da vida? O doutor Dráusio Varela, sábio e realista, disse que se há um sentido na vida, este é a reprodução. E nada mais, todo o resto seria os efeitos colaterais da grande necessidade e aflição que é a reprodução. Daí porque o que chamamos amor seja tão importante, porque temos que justificar essa necessidade urgente de nos reproduzirmos.

Mas o negócio não para por aí. O jogo de sedução extrapola a mera atração física. A mulheres são belas e charmosas, perfumadas e gostosas, para elas é fácil desenvolver o poder de atração. Ainda assim, como parte de um jogo biológico, como aves tem que se enfeitar com plumas macias, com roupagens coloridas, com cabelos lindos e esvoaçantes. Suas ancas prometem, são ânforas capazes de abrigar a vida, seus seios são nutridores.

E os homens, uns coitados, os que não são bonitos, o que inclui a maioria esmagadora, tem que desenvolver outros encantos. Cantam como passarinhos, lutam como alces galhados, dão marradas como cabritos monteses. Ou ficam ricos, entesouram muito dinheiro e poder, tudo para atrair as fêmeas.

Alguns querem bancar os inteligentes. Mas, filósofos, não são muito atraentes. Quem se apaixonaria por um Einstein, que só pensava em fórmulas matemáticas e no cachimbo? Bem, a inteligência talvez não seja um grande atrativo, e a estratégia tem que ser complementada por outro recurso. Vai ver é por isso que Einstein fingia que tocava violino!

E assim, podemos chegar á conclusão que estava se impondo desde o início. O segredo da vida pertence às mulheres. São elas que podem endireitar o mundo. Já fizeram greve de sexo, na antiguidade. Já lutaram pela conquista de seus direitos políticos, arrancaram dos gorilões empedernidos o voto para as mulheres. Já se encontram em postos importantes do Estado, no Judiciário, por exemplo. Brevemente veremos uma mulher na presidência da França, e é só uma questão de tempo para que tenhamos uma mulher na presidência do Brasil. Afinal, se o Lula pode ser presidente uma mulher também pode (*).

Em 1968, um deputado precipitou a adoção do malfazejo AI-5, que intensificou em muito a ditadura militar ao fazer um discurso conclamando, entre outras coisas, as mulheres a não saírem com militares golpistas. Foi o Márcio Moreira Alves. Hoje, sem os riscos que o deputado correu, eu conclamo as mulheres: não saiam com corruptos, não tenham filhos com eles, façam grave de sexo com os homens violentos, não aceitem bandidos em suas camas!

Porque o segredo da vida pertence às mulheres.

(*)PS: Diante do protesto de algumas mulheres ante a frase, gostaria de esclarecer que não estou comparando Lula às mulheres, nem física nem intelectualmente. Seria um absurdo. Estou, apenas, observando um dos significados da eleição de Lula, inimaginável há 30 anos, por exemplo. Independente de qualquer julgamento político, ou de capacidade, ou de qualidade do seu governo, a eleição e a posse de Lula, que alguns anos antes foi dada como catastrófica, o presidente da FIESP de então, por exemplo, declarou que sairia do país, caso Lula viesse a ser eleito, foi uma real derrota do preconceito. Isso, a derrota do preconceito, abre um leque de possibilidades para a futura política do país. Inclusive a eleição de uma mulher. Ou seja, se Lula pode e pôde ser presidente, e não houve golpe de estado para derrubá-lo, uma mulher poderá num futuro próximo. E dependendo da mulher, e claro, eu votarei nela, sem medo de errar. Enfim, a crônica não tem o ojetivo de debater política, não é para ser levada tão à sério, mas, que enigma, quando o sr. Lula é citado os ânimos se exlatam. Abre o teu olho, Lula!