Um cigarro, um dia na vida....
Um cigarro na mesa, uma caneca na mão. O rosto cansado e abatido de uma longa semana de trabalho, mas de algum modo encontra motivos para se defrontar de cara a uma tela de computador até a madrugada que chegou devagar e agora se recusa a sair. Parece mais um fim melancólico de um entre tantos viajantes da noite. Será?
Tudo começou com um ponto de partida comum a todos: uma segunda feira de trabalho. Trabalho exaustivo e angustiante, especialmente por se tratar de uma emissora de TV, com uma programação pronta e destinada a entreter milhões a cada semana, afinal como diria meu amigo Pablo "não existe negócio mais rentável que a televisão".
Também não existe algo que canse mais. Alguém já parou pra imaginar a loucura que é planejar toda semana, a mesma programação e repassar em todo um país nos horários certos? Um caos, simplesmente isso: CAOS!
Não à toa, muitos comecem a fumar, beber ou usar outras drogas em geral, pois a fuga tem que ser criada para suportar o tédio, a melancolia e a rotina massacrante que perseguem aqueles que trabalham na TV. Não que isso afete a todos, se afetasse não haveria sentido em televisão como meio de comunicação (não por coincidência, também se confunde com "dominação", mas isso as universidades já discutem há tempos...)
No meu caso, ao trabalhar com a edição me exauri todos os dias. Às vezes, só quero descansar por mera meia hora que seja mas não consigo exceto quando decido me desligar do mundo, ou abraçar a sexta feira por tudo que ela não é: um dia de folga, longe do trabalho e próximo aos meus "vícios". Tudo para manter a sanidade, enquanto jogo paciência no computador às 3 da manhã. Será o sábado melhor?
Andarilho das Sombras