50 TONS DE CINZA-Análise critica

50 TONS DE CINZA-

Primeira parte da Trilogia –

Análise critica

Comecei a ler esse livro por indicação, e por curiosidade em saber quem era esse Christian Grey que está fazendo as mulheres do Brasil estremecer de excitação.

O livro no Brasil vendeu mais de 300 mil copias, o enredo é sobre uma universitária virgem recém formada, que conhece um homem rico e poderoso multimilionário o senhor Christian Grey , ambos se sentem atraídos um pelo outro, porém o senhor grey tem um comportamento diferente, é adepto ao sadomasoquismo.

Falando sobre a estética literária, o livro é altamente enfadonho, repleto de repetições, tem uma palavrinha que se repete em todos os parágrafos “ruborizar” a mocinha Anastácia Stelle se ruboriza com tudo “ com a roupa do Senhor Grey, com o andar, com o falar, com o jeito que ele pede a conta do restaurante, acho que até se ele defecar na frente dela, ela é capaz de ruborizar de tesão , sem contar que acho que a mocinha anda tomando Viagra, se estremece a ponto de gozar com apenas um olhar do senhor Grey, fala sério!

A mocinha também em toda a história do livro entra em conflito com a sua consciência, que ela chama de “deusa interior” eu nunca senti vontade de matar uma escritora, como senti vontade de matar essa Erika Leonardo James, a deusa interior aparece quase a cada parágrafo” a deusa interior com vara de saltar, como líder de torcida, no pódio para receber troféu, na cadeira se espreguiçando” acho que isso é falta de imaginação da escritora, só para inchação de lingüiça.

Outra coisa que é um tédio é que sempre essa Anastácia Stelle morde os lábios... Qual é o problema dessa criatura? Na metade do livro, já estava com vontade de pegar uma faca arrancar-lhe os lábios e dá para ela comer logo.

O casal também deve sofrer com a síndrome do olho seco “ porque em todo parágrafo menciona o fato do casal piscar o olho, ele pisca para mim, eu pisco para ele, fulano pisca, a empregada pisca, é tanto pisca pisca, que já estava imaginando a chegada do natal.

Também tem o fato que Anastácia Stelle passa o livro todo passando fome, “ela nunca sente fome” sempre está enjoada, ou perde o apetite só com o olhar do Christian Grey, a única coisa que ela sente fome é de sexo, há uma contradição, ela deve ser uma mutante pratica tanto sexo e nunca sente fome... WTF!

“Depois desse livro qualquer pessoa que falar a expressão “puta merda” perto de mim, vou ter que segurar para não voar no pescoço, é incontável o numero de vezes que isto se repete no livro, juntamente com a descrição em todas as páginas “ o olhar cinzento”... Deus é mais!

Estou me sentindo uma criatura de outro mundo por não ter me apaixonado pelo senhor Grey, e por não desejar ser a mocinha Ana stelle, para um homem inteligente rico e poderoso o dicionário dele é bastante limitado, o sexo mecânico se limita a “mãos para cima”, “vou te foder agora” “vire-se”, “ajoelhe-se”...AFFF

O problema maior do livro, é que para Grey “ amarrar, tapinhas no traseiro, penetração acelerada, puxões de cabelo, tudo isso é básico, ele chama isso de “sexo baunilha”, o prazer de Grey é causar dor, dar palmadas com toda força de seu braço até deixar a bunda da jovem roxa, açoitar suas costas de cinto, ou bater na vagina da pobre Ana de chicote de couro, depois ele chega com oleozinho de bebe e massageia toda área afetada como se estivesse morrendo de pena, alo mulherada o que há de excitante em apanhar de cinto e de chicote, como pode desejar um homem desses?

Claro que a autora, para tornar o senhor espancador de mulheres aceitável, descreve minuciosamente todo patrimônio do poderoso Christian Grey, a sala, o sofá, o carpete, o piso, os presentes caros que ele dá a senhorita submissa para controlá-la a todo momento, um carro de presente, notbook, iphod, até mesmo passeios em sua própria aeronave, ficamos encantado mais com o patrimônio digno de Bil Gates do senhor Grey do que com o próprio personagem...

Afinal uma criatura que não aceita ser tocado, que é grosso, e o máximo de carinho que pode exprimir de sua boca é “vou te foder agora”, que dá surras de deixar a mulher uma semana sem sentar, que se coloca como o todo poderoso que só pode ser olhado nos olhos caso peça permissão, por que isso implicaria castigos severos como apanhar de vara, chicote, tacos, ou sei lá mais o que...

Uma coisa que me incomodou bastante, é a piedade excessiva que Anastácia Stelle tem do senhor grey, por ele ter entrado para o mundo BDSM aos 15 anos de idade, incentivado por uma mulher que tinha idade para ser sua mãe, a moiçola morre de piedade imaginando o sofrimento do ricão, mesmo ouvindo da própria boca do senhor grey, que ele que quis, que gostava, que isso foi a sua salvação, a mulher morre de pena do macho porém leva surra de chicote na b##@ta do mesmo... É foda né? Deveria ter pena de si mesma, comecei o livro odiando Christian, depois passei a detestar Ana, depois vi que os dois se merecem, se ela mesma não tem pena de si mesma, por que o senhor espancador a de ter, se ela mesma se colocou naquela situação?

Convenhamos que todas as leitoras estão caidinhas de amores pelo senhor Grey por que ele é rico, se fosse um homem comum, com poucos recursos, um padeiro, açougueiro, pedreiro, e não tivesse presentes caros e viagens inesquecíveis para oferecer as mocinhas depois da surra digna de capitão do mato, o senhor Grey seria visto como um monstro, um espancador, e claro todas correriam para delegacia e reinvidicar a lei Maria da Penha.

Para não dizer que nada me encantou no livro, confesso que me senti seduzida por Taylor , o motorista do senhor Grey, discreto, profissional, eficente, bonito, gentil, fiel a um patrão que não lhe ver como ser humano, e um cavalheiro que sabe tratar uma mulher até escolher peças intimas no tamanho certo, o homem ideal no livro ao meu ver seria ele, mas como o dinheiro fala mais alto.

Quer dizer que o fato do senhor Grey ser rico, e ter uma infância triste, é motivo suficiente para que a mocinha em nome do amor que sente por ele, aceite receber dor, como uma forma de confortar o Senhor Grey e satisfazê-lo em todos os sentidos...Pergunta que não que calar, se ele amasse Ana de verdade, da mesma forma que ela pode aceitar sentir dor em seu corpo, ele poderia renunciar esse perfil sado masoquista, mas não o faz, espanca depois vai alisar, depois de uma surra no lombo de cinto, com direito a contagem em voz alta a mocinha termina com o poderoso, e depois se sente culpada em ter deixado, ainda afirma que a o fato de ter terminado o seu caso é uma dor maior que as cintadas que cortaram sua pele...Como diz aqui no nordeste “rapariga apanha por que gosta”!

Autora: Keu Seixas

07/11/2012 às 16h15min

--------------------------------------------------------------

Respondendo os comentários! 21/03/13

Observação: Não estou criticando as pessoas que curtem BDSM, mas a submissão que a autora colocou no livro, nada tem a ver de fato com a realidade... A personagem é persuadida, pratica achando todo tempo que é errado, mas aceita só para “ter o prazer de satisfazer o senhor Grey”... Bom acredito que os adeptos desse estilo sejam pessoas normais fora do quarto, que possuem relacionamentos normais... Grey é controlador não só com Ana, mas com todas as pessoas a sua volta, rastreia o celular, o notbook, decide qual será alimentação, a depilação, ( nunca teve uma namorada apenas contrato de dominador x submissa)... É um livro de ficção sim, mas o personagem Grey não convence se enquadra mais como um psicopata do que perfil de um dominador!

“Muitos aqui na página dizem...” Vc não foi obrigada a ler o livro” claro que não, até pq a editora não coloca o informativo no livro ‘ não compre , não presta “! Então vai dar sorte de cada um... Dá mesma forma que não forcei ninguém a ler e a concordar com a crítica.

( Nada contra quem curte apanhar, mas o cara é tão insuportável que o livro só fez sucesso pq Grey é lindo e rico, caso contrário não teria nenhum atrativo).

Comentários ofensivos serão deletados !

Keu Seixas
Enviado por Keu Seixas em 07/11/2012
Reeditado em 20/09/2013
Código do texto: T3974234
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.