Reflexos de uma paranóica compulsiva obsessiva

Oi, meu nome é Laura. Gosto de ficar observando os carros passando na estrada enquanto a música faz cada vez mais sentido em meus ouvidos. Também sou meio paranóica. Costumo, não, gosto mesmo que tudo esteja em ordem. Regras existem para serem seguidas, não?

Fico a imaginar se um carro me acertasse. Com isso vêm todos os outros adjetivos: louca, compulsiva, bizarra, chata, estranha, maluca, depressiva, possessiva... Enfim, são todos sinônimos.

Mas olha aí: nunca consigo terminar um assunto de forma concisa porque sempre emendo outro fragmento sem noção e acabo com o que? Nada. Haha.

É meio engraçado pensar em seus pensamentos como uma teia mais emaranhada do que seu fio do iPod, que cisma agora em tocar a música que CADA vez mais está fazendo sentido absoluto.

Esses caminhoneiros tarados ficam piscando os faróis e, claro, fico a imaginar os mais baixos tipos de pensamentos que devem estar tendo. Ou são apenas seres carentes que estão há muito na estrada e precisam de companhia.

Eu visualizo meus pensamentos em forma de escrita: aquele homem de meia idade, fumando seu décimo cigarro do dia, sem conectar uma palavra se quer; aquela mulher que já é linda e ainda por cima sabe escrever (meu tipo favorito); ou aquela que faz sonhos de meninas de 15 anos virarem realidade.

Entro no ônibus (é, nesse miserável meio de transporte). Ah, pausa... já falei que reclamo de tudo? Enfim... fico observando as pessoas. A grande maioria me assusta porque são olhares assustadores, me fazendo sentir até ordinária. Um pouco, vai.

Não falo muito. Mas odeio quem começa sem ter um fim.

Meu cérebro deu um nó agora.

Sinto apenas a música tocando em meus ouvidos.

Termino. Não, dou uma pausa nessa paranóia para me concentrar em algo realmente prestativo: outra paranóia.

Mariana Rufato
Enviado por Mariana Rufato em 07/11/2012
Reeditado em 08/07/2013
Código do texto: T3973935
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